Fui objeto e alvo escolhido de um julgamento impróprio e suspeito, comum entre parceiros de questões de índole autoritária, como este ativista do qual me ocupo agora.
De leitores sou bem servido. Tenho-os cultos e firmes de caráter, ademais de amigos.
Ainda assim, não pude livrar-me da intenção solerte de um leitor de maus propósitos que pretendeu insultar-me com a vergonha que buscou lançar-me à cara, com a intenção de fazer-me cúmplice de intenções vergonhosas, às expensas das ideias autoritárias que, de quando e vez, tomam conta do nosso País.
As invectivas gratuitas que me foram dispensadas pelo autor do texto, não passam de manifestação afrontosa, cujos argumentos tenho procurado ignorar. Essas diatribes são, em geral, vazadas em comentários grosseiros sobre postagens editadas por mim nas redes sociais. Na inspiração, espelham o traço equivocado de um certo radicalismo atrasado. Eticamente, suscitam dúvidas quanto ao equilíbrio de julgamento de quem expende esses insultos.
O expediente, empregado pelo interpelante é antigo, usado e gasto; serve para ignorar as ideias sérias e a crítica, em favor da desconstrução “ad hominem” do interlocutor.
Para sanar dúvidas, devo admitir que não sou fascista, tampouco comunista, não sou bolsonarista, nenhuma afinidade alimento com o novo “progressismo” de ocasião, aprendi a pensar por conta própria, respeito a democracia e as razões de fé de cada um. Sou um cara legal, pensam alguns amigos indulgentes.
Na verdade, não passo de um velho democrata, à moda antiga, munido de algum provimento de ironia usado quando necessário.
Guardo a lição do pouco de cada coisa que aprendi, sobretudo em questão de respeito pelos ganhos essenciais da liberdade.
É difícil largar e negar essas inclinações de caráter, virtudes que a velhice apaga em algumas criaturas, porém as preserva inteiras em outros.
Estou um pouco velho para aprender essas lições de iniquidade que me são agora servidas. Falta-me interesse para ouvir essas arrelias e destemperos.
* (Fotografia: Agamenon Bezerra, Carlos D’Alge, Paulo Brossard e Paulo Elpídio, da esquerda para a direita)