Lula é um fenômeno, mesmo tendo seu nome ligado aos grandes escândalos políticos da última década, 15 anos de cobertura negativa dos maiores veículos de imprensa do Brasil, lutando contra uma investigação judicial e devassa sem limites da sua vida pessoal, ainda é apontado por uma média de 30% da população como a escolha para 2018. No entanto, ao passo que seu eleitorado cresce nas pesquisas, cresce também a sua rejeição, que já atinge 46% dos entrevistados na pesquisa.
Não podemos deixar de notar o efeito colateral da realidade política brasileira, criada pelo descrédito apregoado pela mídia ao PT e que se estendeu a todos os partidos políticos que compõem a máquina pública, suja e enferrujada: a busca da população por novas alternativas, menos expostas nas manchetes de corrupção. Esse descrédito da população dá margens para a ascensão de figuras sinistras, como Jair Bolsonaro, considerado de ultradireita.
Bolsonaro, deputado federal, filiado ao Partido Social Cristão, conhecido por defender a ditadura militar, menos direitos para as mulheres, falar em estupro, além de defender torturadores, é apontado como 2° lugar em diversos cenários das pesquisas, com potencial de crescimento. Em dezembro de 2016, o Datafolha lhe atribuiu 8% das intenções de voto, em abril o número subiu para 14%, e na pesquisa dessa segunda, 26 de junho, já aparece com 16%.
Na era dos memes, da política na internet e da pós-verdade, onde fatos objetivos têm menos influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças pessoais*, Bolsonaro têm surfado na onda conservadora.
O militar notavelmente desequilibrado, que foi para a reserva depois de planejar atentados nos próprios quartéis e até mesmo explodir a Adutora Guandu, que abastece de água o município do Rio de Janeiro, sabe muito bem manipular o diálogo e moldar o discurso para a parte dos brasileiros que após 100 anos da revolução russa e do próprio comunismo ter se esvaído na Rússia, ainda esperam o golpe comunista no Brasil.