A frouxidão do homem pós-moderno está cada vez mais evidente. A mídia e as redes sociais nos ajudam, ratificando em imagens este fato. Houve um tempo em que a virilidade masculina servia para, inclusive, dar a vida por outros, no sentido de pôr seus dias a serviço do bem comum e de, literalmente, de forma heroica, morrer pela justiça e pela verdade.
Hoje, profissões são assumidas pelo grau de lucratividade e não pelo que podem ser úteis a alguém. Mas, o que mais chama atenção é o desejo pelo consumismo e a vaidade nele alicerçado. O uso da força – prerrogativa natural de qualquer um nascido masculino – em defesa, não é mais visto.
É muito comum, com a ajuda das onipresentes câmeras de segurança, a flagrante covardia de homens diante da violência infringida aos mais fracos e contra aqueles atacados por mais de um. Mulheres são assediadas, crianças são maltratadas, idosos humilhados e tudo em plena luz do olhar complacente e muitas vezes conivente dos que passam.
Esta feminilização comportamental do homem, propagandeadas pela mídia e por movimentos arquitetadamente consumistas e revolucionários, vão forjando pragas sociais, sendo das principais, o tal do “politicamente correto”, além do individualismo doentia vivido principalmente nas grandes cidades. Assim, o homem vai perdendo seus referenciais estéticos, sociais, filosóficos e religiosos. Seu vigor, moldado literalmente em academias lotadas, vai sendo dirigido não para a sociedade, mas apenas para seu universo pessoal, individual.
A mais recente prova disso é o caso do vendedor ambulante Luis Carlos Ruas, massacrado por dois homens, à socos e pontapés, na estação de metrô Pedro II, capital de São Paulo. Índio, como era conhecido entre seus pares, foi morto ali, entre as catracas e a bilheteria, à vista dos passageiros que circulavam por lá. Muitos deles, homens, a observar a covardia, como se estivessem a assistir algum campeonato de luta-livre ou de pegadinha grotesca. Ninguém nada fez, além de olhar, como voyers em busca da primeira gota de sangue. Homens que sozinhos, talvez pouco fizessem, já que os brutamontes parecem adeptos de ringues, mas os machos, juntos – aprecem ao menos seis transeuntes na gravação feita pelas câmeras de segurança – poderiam sim tomar as dores da pobre vítima e evitar sua morte. Índio, aliás, segundo relatos, foi mais corajoso e mais honrado que todos, por ter defendido um travesti, morador de rua, assim, causando a ira dos canalhas.
Homem, em que momento da caminhada esquecestes coragem, virilidade, justiça e magnanimidade? Onde está tua honra?