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HASTA LA VISTA, COMPAÑERO

Das notícias mais tristes que cruzaram meu olhar, a recente despedida de Pepe Mujica…

Lágrimas escorreram e molharam meu rosto enquanto lia os jornais que anunciavam o avanço implacável da doença de Mujica. E me pergunto, com o coração inquieto: por que sofremos tanto pela partida de quem nunca nos conheceu, de quem jamais nos viu? Que mistério é esse que nos liga a almas distantes, mas tão profundamente presentes?

Passei horas digerindo as noticias, as palavras, tentando desvendar a melancolia que se instalou por aqui.

Vivemos tempos áridos, difíceis onde a serenidade se faz rara, a elegância quase extinta, e a gentileza, um gesto esquecido. Mujica, em sua essência, era como uma primavera em meio ao deserto humano, uma prova irrefutável de que a humanidade ainda pode florescer. Sua presença emana uma sabedoria que desperta o que há de mais belo em nós, como se bastasse sua existência para reacender a chama da esperança.

Despedir-se de Mujica é como ver o sol se pôr e temer que não haja mais amanhecer.

Hasta la vista, compañero, eres inmenso.

MARTA PINHEIRO- Poetisa, natural de Fortaleza, Ceará. Desde pequena demonstrou grande interesse pela literatura, aos 9 anos de idade fez seus primeiros rascunhos. Autora de contos e poesias que retratam cenas cotidianas. Atua como produtora cultural. Foi uma das fundadoras do Bloco Carnavalesco Hospício Cultural e uma das idealizadoras do projeto Sarau Casa de Poesia, iniciado em 2015 juntamente com a poetisa Carol Capasso. Teve dois de seus poemas publicados na antologia poética “ Flor de Resistência” organizado pelos escritores Ricardo Kelmer e Alan Mendonça. Seu livro de estréia é “Engenho de Dentro”, em processo de finalização.

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Uma resposta

  1. Belo e emocionado texto. Sensível e delicado. Mujica pertence a uma geração já extinta, feita de outra matéria. Parabéns Marta Pinheiro você tem poesia na alma.