Homem bêbado, à noite,
Sem medo da chuva e do relógio,
Esquecido das mulheres e desejo. Ébrio homem,
Com seus resquícios de civilidade e dinheiro
Amarrotado, bem poquinho.
Quando o sol vier mal saberá do dia que passou;
Quando o sol se for também as últimas moedas terão ido.
Ele busca ainda esperanças no bolso vazio.
A jornada foi um álbum de rostos esquecidos.
Já não se pergunta quem é:
O álcool cumpriu sua missão.
Ele arrasta sob os pés o próprio chão:
Uma lei física de Newton explica isso, ou não.
Já são muitos anos: eu preciso de um funeral,
Um funeral muçulmano, o funeral de um pecador.
Dirão: “O copo secou; ele já não dirá,
Embriagado, verdades nem mentiras”.
A população silenciosa de cansaço
E ainda mais esse trabalho
De levar sobre os ombros um corpo num caixão.
Os bêbados e os mortos pesam mais.
“Pois esse camarada pesa feito chumbo.”
Um anjo estranho que Maomé não reconheceu.
Será a paz? O sono tranquilo? Existem coisas assim?
Deus
Disse e mandou que se dissesse e repetisse muitas coisas,
Pouco mais de uma dúzia sobre o álcool.
Amaldiçoei eu mesmo o filho que riu da minha nudez,
Mas não tive filhos,
Mas não riem mais nem prestam atenção se fico nu.
A terra mesma nunca esteve tão seca,
Mas também nunca esteve sob a água.
Terei bebido a custa disso?