Fortaleza é tão grande que amedronta, antes, seguramente, nos enfeitiça. É grande na beleza, no tamanho e nos desafios. As praias mais bonitas são, sem medo de errar, as nossas. Dunas brancas e rubras: cor de sangue. Mar verde, de ondas bravis. Fortaleza da Praia de Iracema, memória viva da nossa boemia. Da ponte velha, símbolo maior da resistência. Do Dragão do Mar – Chico da Matilde – líder jangadeiro e abolicionista. Do Dragão de ferro e concreto da arte e cultura. Da Duque de Caxias, afogada nas sobras da chuvas e na falta de cuidado. Dos coqueirais de sombras colossais e necessárias pra enfrentar o sol escaldante dos nossos dias. Fortaleza bela, rica e tão pobre. Fortaleza que violenta a nossa liberdade e nos aprisiona aos seus encantos. Fortaleza da Barra do Ceará, paleta de cores vivas, harmoniosas, quase oração. De cima da ponte a visão extraordinária das jangadas coloridas, do céu azul-claro e dos raios de luz. Fortaleza dos repentes, cordéis e poesia. Da Praça do Ferreira, marco historico e patrimonial que abriga o glamuroso Cineteatro São Luiz. Fortaleza da padaria espiritual, agremiação literária batizada por Antônio Sales. Mas também do Massaferia Livre, movimento que reuniu mais de 400 artistas em 3 dias de evento no Teatro José de Alencar. Dos maracatus da Domingos Olimpio. Dos queijos do Mercado São Sebastião. Das rendas do Mercado Central. Da panelada do Mercado São Sebastião. Do forró do Mercado dos Pinhões. Da feirinha da Praça da Gentilândia. Do Serviluz e do Pirambu, que nos mostra a realidade crua. Fortaleza de gente simples, acolhedora. Meu lugar, minha terra, meu lar!

Feliz dia, Fortaleza❤