Sinhá d’Amora tem sido considerada por críticos de arte e historiadores como a maior artista plástica do Ceará e uma das grandes pintoras do Brasil. A sua importância para as artes plásticas, portanto, é incalculável. Acho que a sua obra devia ser mais pesquisada e discutida, assim como acontece com a produção de outros artistas de renome.
Existe uma pequena biografia de Sinhá que aqui recomendo – aquela que foi escrita pelo Túlio Monteiro. Intitula-se Sinhá D’Amora e foi publicada em 2004 pela coleção Terra Bárbara das Edições Demócrito Rocha, de Fortaleza.
No contexto da obra produzida por Sinhá D ‘Amora, ponho em destaque o apuro clássico e erudito que ela emprestou à sua arte, com trânsito livre por diversas escolas e tendências, mas sempre mantendo os traços da sua originalidade e da sua fidelidade ao Ceará.
Mesmo com seus quadros expostos em galerias e museus da Europa e da América Latina, tinha um amor muito grande pela sua terra. A Prefeitura Municipal de Fortaleza reconheceu a sua expressão cultural e lhe dedicou um Memorial, com parte do seu acervo, mas isso foi removido posteriormente sem nenhuma explicação, até o momento.
Sinhá D’Amora circulou muito no exterior e tornou-se bastante conhecida. Esse seu intercâmbio foi de suma importância para a difusão da sua obra. A partir de 1933, ela passou a residir no Rio de Janeiro, onde cursou a Escola Nacional de Belas Artes, complementando os seus estudos na Aliança Francesa, e seguindo, neste passo, a tradição cultural do seu pai, que foi aluno do Bacharelado de Ciências e Letras do Colégio Pedro II.
Em 1949, transferiu-se para Itália, onde se graduou pela Academia de Belas Artes de Florença, ali tendo cursado, também, a Universidade de Estudos de Línguas e Artes e o Centro di Cultura per Stranieri.
Em Florença, conheceu alguns nomes expressivos das artes plásticas do século XX, contando-se, dentre eles, Pablo Picasso. Em seguida, ela tomou o destino de Paris, para onde viajou em outras oportunidades e onde cursou a Acadèmie de la Grand Chaumière
Sinhá foi uma mulher excepcional. Teve uma formação cultural rigorosa. Foi casada com o escritor Amora Maciel, da Academia Cearense de Letras, mas sempre se mostrou livre e decidida diante dessa relação.
Preferiu não ter filhos e se dedicou à sua arte e aos seus intercâmbios sempre com muita liberdade. Não se deixou aprisionar pelas convenções sociais. Seu nome oficial – Fideralina – constituía uma homenagem à avó paterna – Dona Fideralina Augusto –, a célebre matriarca de Lavras da Mangabeira (CE), que tanto se destacou na história política do Nordeste.
Para a minha honra, sou conterrâneo de Sinhá d’Amora, cujo perfil foi por mim tracejado no livro Lavrenses Ilustres (1981, 3ª ed. 2012). Com ela me correspondi bastante, eu, residindo em Fortaleza; ela, no Rio de Janeiro.
Na década de 1990, Sinhá fixou residência em Fortaleza, e aí, consolidamos uma grande amizade. Frequentei as rodas de chás que ela oferecia para seus amigos, sendo o pivô desses encontros, o Cláudio Pereira, na época, presidente da Fundação Cultural de Fortaleza.
Sinhá D’Amora tinha uma conversa vivaz e agradável. Era acolhedora e carinhosa. Um grande ser humano, acima de tudo.
OLAVO CORREIA LIMA FILHO
O TEMOS FAZER COM URGÊNCIA É O RESGATE DO ACERVO DE SINHÁ D’AMORA, TANTO DO MEMORIAL, DESATIVADO HÁ 8 ANOS PELO PREFEITO ROBERTO CLÁUDIO, DE FORMA CRIMINOSA E SEM NENHUM AVISO PRÉVIO AOS SEUS FAMILIARES E DAS 23 OBRAS DOADAS AO MUSEU VICENTE LEITE DO CRATO, DESATIVADO TAMBÉM HÁ MAIS DE 12 ANOS……
JÁ PROVOQUEI MAIS DE 10 REUNIÕES COM DIVERSOS SECRETÁRIO DE CULTURA, FIZ MAIS DE 20 MATÉRIAS EM JORNAIS E TELEVISÃO, MAS SEM .SUCESSO………
SINHÁ D’AMORA ESTÁ SEM MEMÓRIA……….
ONDE ANDA O PESSOAL QUE GARIMPOU UM GORDO DINHEIRO DO SEU INVENTÁRIO……..
OLAVO CORREIA LIMA FILHO
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