O presidente Jair Bolsonaro não deixa nenhuma margem para qualquer dúvida. Ele sabe que é despreparado, ele mesmo disse. Ele também disse que confia cem por cento no banqueiro Paulo Guedes, acrescentando que não entende nada de economia. E tudo isso ele disse com todas as letras desde a campanha. Quem votou nele votou sabendo quem ele foi, quem ele é.
Assim sendo e assim agindo, o presidente eleito e empossado, agora no pleno exercício do poder, caneta à mão, com um orçamento de trilhões, e já lá se vão mais de cinco meses, passa a cada um de nós a seguinte mensagem: tapem os ouvidos, calem a boca e fechem os olhos, calma , e confiem no Paulo Guedes.
Também sugeriu o presidente, com insinuações e frases diretas e indiretas, que ele é uma espécie de escolhido (ou enviado) por Deus para uma missão especial de salvar o Brasil das garras afiadas e venenosas que conduziram o país por treze anos. De passagem, ele quer nos dizer e quer que acreditemos que tudo de ruim é culpa desses ´esquerdistas´, desses ´comunistas´, desses ´bolivarianos ´, desses ´vermelhinhos `. E adianta logo para os mais apressados que não lhe façam cobranças. Se ele não fizer nada, e apenas impedir a volta dessas figuras monstruosas e sanguinárias, já terá feito muito. E todos devem ficar agradecidos e satisfeitos.
Um atrevido repórter da sempre suspeita imprensa, passados cinco meses de governo, perguntou ao presidente o que ele estava fazendo ou faria pelos 13,2 milhões de desempregados e pelos 26 milhões de subempregados. Ele foi honesto: “Tenho pena, mas não posso fazer nada. “ Eis o estadista.
Segue a música, segue o baile.