Com as publicações do The Intercept ninguém mais tem dúvida de que a Lava Jato, o Impeachment da Presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula não têm nada de combate à corrupção.
Impossibilitada de chegar ao poder pelo voto, a direita ficou desesperada, ouviu a voz do imperialismo norte-americano e se articulou habilmente, mediante figurões do PSDB com o Parlamento, o Judiciário, a mídia corporativa e desferiram o golpe no combalido Estado Democrático de Direito brasileiro.
Vazamentos seletivos, ampla utilização da mídia, compra de apoio parlamentar, intimidação do Judiciário e “fake news” foram os artifícios mais usados.
Com o Poder na mão, as forças de direita criaram um “mindset” anti-petista através da propaganda política massivamente protagonizada pela dobradinha Lava Jato e Globo, tentaram tisnar a imagem do ex-presidente Lula e, à luz do dia e sem pudor, edificaram a “Ponte ao Futuro”, instrumento perverso de destruição e entrega das conquistas arranjadas durante decênios através de luta, suor e sangue.
Costumo dizer que o maior erro do Partido dos Trabalhadores foi chegar ao poder de forma consentida, fazendo “negociações” com a burguesia. Lula, líder popular carismático e estratégico, não precisava afinar a voz para fazer seu partido alçar ao poder com consentimento do grande capital.
Com o PT no Governo a burguesia não deixou de ter seus privilégios e esperou confortavelmente sentada, atenta e com o bate-estaca na mão para construir os alicerces da aludida ponte.
Com os acertos do governo petista e as consequentes vitórias eleitorais, a direita apenas usou as ferramentas que nunca saíram de suas mãos. Subestimaram, entretanto, o contexto atual com mídias independentes, pessoas mais escolarizadas e outros elementos que dão capilaridade às relações sociais.
O desmonte e a entrega das riquezas nacionais começaram a ser feitas às claras e de forma açodada. O Brasil passou a assemelhar-se a uma grande fazenda de bovinos tangidos por vaqueiros controlados por capatazes. O dono da fazenda supunha ter o controle do gado e de tudo, com a segurança de quem aposta na impunidade.
Prender e manter o ex- presidente Luis Inácio Lula da Silva, encarcerado era a garantia maior do sucesso do Golpe.
O Bom Dia, Boa Tarde e o Boa Noite, Presidente Lula, gritados, sem trégua, por militantes às portas da Polícia Federal, ecoaram nos quatro cantos do mundo, sensibilizando povos e instituições nacionais e internacionais. Líderes proeminentes vieram visitar o prisioneiro e encontraram um homem espiritualmente livre, tranquilo e sinérgico.
A coragem e a competência jornalística de Glenn Greenwald fazem cair as máscaras de todos os envolvidos na trama golpista que fez ascender ao Poder um governo com atitudes primárias e comportamentos bizarros.
Tranquilo, vejo com a lupa da Imprensa Independente:
– As fraturas expostas do Estado dilapidado;
– O desrespeito à constituição cidadã de Ulisses Guimarães;
– O servilismo político;
– O entreguismo do patrimônio nacional;
– O empobrecimento do povo;
– A depredação da educação e da saúde;
– A negação da ciência;
– … …. … .
Sinto indignação em ver a nação em marcha à ré.
Vejo a necessidade do surgimento de uma estratégia revolucionária – cada cidadão, cada cidadã, ordeiramente, repudiando nas ruas ações governamentais que redundem em perdas de direitos.
Peço que passemos a ver, sentir e ouvir cada gesto, cada fala e cada ação com o espírito crítico. Não podemos retroceder.
À luz da dialética histórica e dos fatos, entendo que as articulações do movimento DIREITOS JÁ, composto de políticos de vários matizes, tendo como guru o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a eminência parda do golpe, é uma manobra política que tenta isolar as forças de esquerda da maratona eleitoral de 2022. A prova maior é não empunharem a bandeira LULA LIVRE. Lutar por direitos sem combater injustiças é incongruência absoluta.
Unamo-nos para denunciar o continuísmo.
Direitos Já, é uma manobra política. Quem desferiu ou ajudou a desferir o golpe, está mais para beber o sangue do que para suturar a sangria.