Primeiro de Maio de 2021. O balanço do mês de abril fechou com um total de mais de 400 mil famílias tendo em seus lares a perda de uma pessoa querida, vítimas da Covid-19, em função da qual a CPI do Genocídio instalada pelo Senado Federal no último dia 27/04 busca identificar os responsáveis pela omissão e ação negligente em seu enfrentamento. Entre outras coisas, a CPI está de olho nos atos da Casa de Vidro.
Além do vírus da pandemia, continua em franca atuação o vírus do bolsonarismo, uma ideologia voltada para a “estética da guerra”, comprometida com o ataque contínuo e aberto a seus opositores, fornecendo o alimento diário aos bandos fascistas brasileiros para sua atuação de terror digital e presencial, como estamos tendo a possibilidade de acompanhar desde o momento em que o capitão, em abril de 2016, declarou, em seu voto de aceite do impeachment, seu louvor ao torturador-mor do Brasil: coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Tudo isto tendo como pano de fundo a semiótica ideológica do chavão religioso estampado no lema “Deus acima de todos”. Quem será o Deus do capitão e de seus seguidores? Quem é o povo que crê nesse Deus?
Registre-se que com o retorno do Presidente Lula à cena pública na condição plena de disputar a eleição de 2022, o bolsonarismo, sabedor de sua derrota eleitoral anunciada,voltou a radicalizar de forma ainda mais intensa, tanto pelas mídias sociais, como presencialmente, com o intuito de criar um clima de polarização acirrada para atrair seus apoiadores indecisos. Neste final de semana há diversas denúncias de agressões físicas por parte de bandos de bolsonaristas a cidadãos e cidadãs em diversas cidades do país.
No Primeiro de Maio, novamente neste ano, em vez de dirigir-se à classe trabalhadora em sua data mundial, o capitão preferiu confraternizar-se com os donos do agronegócio, participando virtualmente da EXPOZEBU, dirigindo suas palavras aos representantes ruralistas, desprezando os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras com sua história de lutas e resistências na reconstrução da democracia ao longo das décadas passadas.
O capitão preferiu atacar ongs e os movimentos de trabalhadores organizados, qualificando-os de terroristas,afirmando inclusive que irá revogar a Emenda Constitucional 81, que trata de propriedades rurais com trabalho escravo e culturas ilegais de psicotrópicos, passíveis de expropriação para a reforma agrária. Portanto, um discurso como representante político daclasse dominante voltado para a agressão e humilhação à organização dos trabalhadores e trabalhadoras.
O script destas humilhações aos trabalhadores e trabalhadoras tem no ministro da Economia, Paulo Guedes, um exímio agente. Na semana passada, descaradamente, taxou como “desastre” a chegada de filhos e filhas de trabalhadores porteiros de condomínios às universidades. Outrora já havia “condenado”, com um posicionamento desprezível, a condição de trabalhadoras domésticas decidirem livremente gozar seus direitos de férias em turismo por Miami – EUA, como se o dinheiro da trabalhadora valesse menos que o de sua empregadora.
O ódio de Paulo Guedes não é apenas um desprezo de classe, mas é também o despeito político pelo fato de o governo Lula haver conseguido, por meio de sua competente política, colocar as trabalhadoras domésticas e os filhos dos porteiros de condomínio em condição de cidadania econômica e cultural, algo que FHC, antes de Lula, nem almejou, nem conseguiu. Igualdade, categoria democrática, é palavra abjeta para a direita neoliberal. Guedes é um agente totalmente voltado para o Capital.
No governo Bolsonaro, são quase 15 milhões de pessoas desempregadas. Além disso, mais de seis milhões vivendo o desalento pela desistência de procurar trabalho, porque sabem que não irão encontrar. Somam-se a estes cerca de 38 milhões de brasileiros e brasileiras vivendo de bico na informalidade ou em subempregos, enfrentando jornadas estafantes, os assim chamados trabalhadores de aplicativos. Ao todo, portanto, mais de 58 milhões de trabalhadores sobrevivendo em condições precárias, em plena pandemia do coronavírus. Para estes, o governo do capitão destinou R$150,00 (cento e cinquenta reais) por mês – em apenas 4 meses – para enfrentarem a pandemia.
Mas também ontem, o Presidente Lula fez um importante pronunciamento para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. O centro do seu discurso foi a Esperança. Disse: “A primeira coisa que nossos inimigos tentam matar em nós é a Esperança. Um povo sem Esperança está condenado a ser tratado como gado a caminho do matadouro como se não houvesse outro jeito. Nós já provamos que existe outro jeito de governar. É preciso acreditar que o Brasil pode voltar a ser um país de todos. Um país de livros em vez de armas, de respeito ao meio ambiente e às minorias, de amor em vez de ódio. Trabalhadores: lutar sempre, desistir jamais”.
Uma diferença substancial. Um Chefe de Estado. Um líder mundial.
Maria Lúcia
Um alento no esperançar so ouvir a fala de um político , como Lula, consciente e com o grande dom de governar verdadeiramente para todos, priorizando os mais excluidos.