CORAGEM DE COVARDES – Alexandre Aragão de Albuquerque

O Brasil é o terceiro país que mais aprisiona no mundo. Cerca de 42% da população carcerária está presa sem direito de defesa, sendo utilizadas sobre ela medidas cautelares como forma de controle social. Além disso, são milhares de presos com direito ao regime semiaberto que não o usufruem pela ausência do sistema jurídico em encaminhar o relaxamento do regime de prisão. Nenhum procurador até hoje se apresentou para solicitar a progressão para regime semiaberto dessas pessoas com pleno direito a essa franquia.

Nesta segunda-feira 30 de setembro, alguns procuradores da Operação Lava Jato passaram a defender um novo julgamento para o Presidente Lula. Esta seria a única forma de pacificar o país e de afastar as inúmeras revelações de crimes processuais que pesam sobre eles, principalmente depois das publicações jornalísticas republicanas do “The Intercept Brasil”, em parceria com outros veículos, sobre o conluio com o ex-juiz Sérgio Moro.

É inusitado que o Presidente Lula, tendo sido preso sem um julgamento de fato, com uma equipe de advogados de primeiríssima qualidade profissional demonstrando durante todo o processo o caráter persecutório deste caso, tenha um pedido de progressão de regime semiaberto feito pelo Ministério Público. Por que estão assim tão interessados repentinamente?

Isto é um sintoma do caráter ESTRITAMENTE POLÍTICO desse caso que nada tem de jurídico. Essa postura inusitada dos procuradores revela que a antiga coragem midiática do powerpoint transformou-se em covardia diante do real. Temem diante das novas revelações republicanas que estão por vir. A História reserva para esses homens e mulheres de Curitiba um lugar bem definido, em função dos abusos e dos crimes de lesa-humanidade e contra a Democracia Brasileira que eles perpetraram. É isto o que a História vai cobrar. Nessa hora em que a máquina da notícia se volta contra eles, porque observa a infinidade de ilicitudes que cometeram, passam a mostrar medo, pois a opinião pública está se dando conta do golpe de estado que foi dado nesse país a partir dessa Operação. A História tem que apontar o nome desses golpistas de Curitiba, a partir do seu líder Sérgio Moro. Traidores de nossa democracia e de nossas instituições.

Está mais do que evidente que o Brasil precisa de Lula Livre, falando, podendo agir amplamente, orientando o país com aquela sua singular capacidade. Nós precisamos de Lula liderando o país, porque entramos num caminho absolutamente sem sentido com o lavajatismo global e com o bolsonarismo. Lula Livre representa a retomada de um caminho moderado e de progresso inclusivo e distributivo, e de um amplo diálogo multilateral com a comunidade internacional tendo em vista os desafios que se nos apresentam enquanto humanidade. Como diria Neruda, é hoje!

Alexandre Aragão de Albuquerque

Mestre em Políticas Públicas e Sociedade (UECE). Especialista em Democracia Participativa e Movimentos Sociais (UFMG). Arte-educador (UFPE). Alfabetizador pelo Método Paulo Freire (CNBB). Pesquisador do Grupo Democracia e Globalização (UECE/CNPQ). Autor dos livros: Religião em tempos de bolsofascismo (Independente); Juventude, Educação e Participação Política (Paco Editorial); Para entender o tempo presente (Paco Editorial); Uma escola de comunhão na liberdade (Paco Editorial); Fraternidade e Comunhão: motores da construção de um novo paradigma humano (Editora Casa Leiria) .

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Alexandre Aragão de Albuquerque

Mestre em Políticas Públicas e Sociedade (UECE). Especialista em Democracia Participativa e Movimentos Sociais (UFMG). Arte-educador (UFPE). Alfabetizador pelo Método Paulo Freire (CNBB). Pesquisador do Grupo Democracia e Globalização (UECE/CNPQ). Autor dos livros: Religião em tempos de bolsofascismo (Independente); Juventude, Educação e Participação Política (Paco Editorial); Para entender o tempo presente (Paco Editorial); Uma escola de comunhão na liberdade (Paco Editorial); Fraternidade e Comunhão: motores da construção de um novo paradigma humano (Editora Casa Leiria) .