Nesse momento de quarentena, tão rico de reflexões, inauguro um quadro literário que consiste em breves diálogos com pessoas físicamente ativas ou inativas no Planeta que considero do bem.
Gosto de conversar … principalmente em momentos de transformação intensa. Quando a conversa acontece com pessoas inteligentes minha alma baila e meu coração delira.
Manhã de chuva, deitado numa rede sol a sol no meu “studio”, corro o olho nas prateleiras da biblioteca e avisto Deepak Chopra, lá num cantinho entre Malala e Dostoievisk e o convido para conversar comigo. Sou curioso e gosto de perguntar:
Gilmar: Doutor Deepak, você já escreveu mais de sessenta e cinco livros. Estou com um deles nas mãos intitulado SUPER CÉREBRO – Como expandir o poder transformador da sua mente. Na página 92 você fala sobre as regras da criação da realidade. Podia me dizer quais são?
Deepak: Claro, eu o farei com prazer, amigo Gilmar:
– Você não é o seu cérebro. Você cria tudo que sente e vê no mundo.
– A percepção não é passiva. Você não recebe simplesmente uma realidade fixa. Você a molda.
– O autoconhecimento muda a percepção. Quanto mais consciente você for, maior será seu poder sobre a realidade.
– A consciência tem o poder de transformar seu mundo.
Gilmar: Podia colocar mais luzes em suas palavras? Não entendi bem.
Deepak: Sim. A maioria das pessoas não tem capacidade para criar uma realidade feliz. Os que têm, criam uma felicidade permanente. Os que não têm, quando muito, criam momentos de felicidade. Existem pessoas que não usam seus cérebros, são usadas por ele. Isto é a raiz de muitos sofrimentos.
Gilmar: Na página 60 você fala com entusiasmo a respeito de Albert Einstein e o classifica como herói nº 1. Por quê?
Deepak: Einstein, como os gênios em geral, é um exemplo de sucesso. Era uma dessas pessoas com inteligência e criatividade além do normal. Se conhecêssemos seu segredo, qualquer um de nós teria muito sucesso, não importa o que almejássemos. Einstein usava o cérebro de um jeito que qualquer um pode aprender.
O segredo é adaptar-se.
O supercérebro aproveita nossa capacidade inata de adaptação. Essa habilidade é necessária à sobrevivência. De todos os seres vivos, apenas os humanos se adaptaram a todos os ambientes do planeta. O Homo Sapiens faz isso tão bem que nunca pensamos sobre isso, até que leve a adaptabilidade, alguém como Einstein, a um novo patamar.
Einstein se adaptava enfrentando o desconhecido e o conquistando. Seu campo era a física, mas o desconhecido confronta a todos no dia a dia. A vida está cheia de desafios inesperados. Para adaptar-se ao desconhecido, Einstein desenvolveu três forças e evitou três obstáculos:
As três forças: deixar pra lá, ser flexível e manter a calma.
Os três obstáculos: apego a velhos hábitos, manutenção das mesmas condições e estagnação.
Gilmar: Entendo. As três forças nos ensinam a praticar o desapego; e os três obstáculos nos ensinam a quebrar paradigmas. Ensinamentos relevantes para enfrentarmos as quatro pandemias que estamos enfrentando:
– a pandemia do Covid 19;
– a pandemia Econômica;
– a pandemia Financeira e
– a pandemia Política … decorrente de alguns Governos com cérebros pouco evoluídos.
Vou fazer uma pergunta de cunho pessoal. Eu tenho dificuldade de reconhecer fisionomias. Converso com uma pessoa aqui, agora, e não a reconheço quando encontro-a acolá, minutos depois. Existe alguma explicação científica para isso?
Deepak: Sim. É um transtorno cerebral, mas sem muita relevância, pois as pessoas desenvolvem estratégias várias para superar esse problema.
Estima-se que pouco mais de 2% da população mundial tem prosopagnosia, também chamada de “cegueira para feições”, ou incapacidade de reconhecer rostos. Existe uma ampla discussão no mundo científico desde o século XVIII até hoje, sem uma conclusão definitiva.
Gilmar: Encerro a CONVERSA COM DEEPAK CHOPRA meu primeiro convidado. Tenho que lavar as mãos e mudar a máscara que já estáúmida. Suas respostas foram extraídas do seu maravilhoso livro SUPER CÉREBRO. Quero aprender mais, com outra pessoas.
Fique em casa. Respeito o protocolo da OMS. Use seu cérebro. Não deixe que ele use você.