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CONTO DE NATAL: FLOR DE CACTO

“Quantos há que não se preocupam com a pobreza, que desejam a morte, e a acolhem sem alarde nem aflição!” (Michel de Montaigne, em Ensaios – Livro III – Capítulo XII – Da fisionomia; pág. 959).

Maria das Dores.
Após vir à luz do mundo em parto natural, embora de alto risco, muitas dores e preocupações dos mais variados matizes, com este nome – numa provável referência às intercorrências verificadas no terço final da gestação, quando chegou até a ameaçar com a sempre temerária precocidade –, ela adentrou o festivo vestíbulo da Vida já com graciosidade e embevecimento. A única menina num berçário de meia dúzia de recém-nascidos, chamava a atenção de todos pelo olhar de atraente negror, em rosto levemente amorenado e de linhas e contornos perfeitamente traçados, pelo tamanho e peso um pouco acima do padrão, bem como pela agitação de braços e pernas ao chorar por incômodos naturais ou por carência alimentar.
Logo cuidou o pai, serventuário da justiça estadual, de cumprir, exercendo a contento o papel de declarante, com a observância aos ditames legais vigentes e aplicáveis ao caso, oficializando o nascimento da filha mediante o assentamento em livro específico em cartório do registro civil; e, assim, ela passava a existir legitimamente no mundo dos vivos. Com alguns meses de vida, agora sob o desvelado zelo da mãe, secretária de escola da rede municipal de ensino, que lhe deu um toque de especial requinte em longa veste de imaculável brancura, realçando a natural beleza de saudável criança, levaram-na à pia batismal de igreja do bairro dedicada à Senhora das Graças, cujo vigário presidiu o ato religioso de solene apresentação à fé cristã; e, assim, ela se livrava do pecado original, sendo admitida na religião que a família professava.
Dorinha.
É como carinhosamente passou a ser chamada ainda nas fraldas, ou seja, na mais tenra idade, antes mesmo de engatinhar, mas já ensaiando balbucios entre sorrisos discretos, choros exasperados e esperneios recorrentes. Nessa fase e nas seguintes, preenchia de alegria e contentamento todos os recantos da casa dos pais, dividindo as atenções de familiares e vizinhos com seus dois irmãos – Antônio de Pádua, o primogênito, já em processo de alfabetização em escolinha particular de fácil acesso, e Francisco de Assis, o até então caçula, ainda dando os titubeantes primeiros passos, mas que soube perder alguns privilégios tão logo a irmãzinha assumira plenamente esse posto na família.
A menina cresceu com naturalidade, sempre no centro dos cuidados dos pais e irmãos. Brincou de boneca e de dona de casa com amiguinhas. Alfabetizou-se. Pulou de corda e de amarelinha (também conhecida como “macaca”, com inferno e céu). Cursou o primário em escola do bairro. Recebeu ensinamentos de Catecismo. Fez a primeira comunhão. Aprovou-se com louvor no exame de admissão ao ginásio. Crismou-se. Passeou em pracinhas, andou de bicicleta, tomou banho de chuva, balançou-se perigosamente em rede armada em galhos da mangueira no fundo do quintal, cantarolando músicas da Jovem Guarda. Confiou seus sonhos e ilusões a diário que nunca lhe impôs a mais insignificante das resistências, que jamais a contestou ou contrariou, tudo aceitando e acolhendo. Concluiu, com méritos, o ginasial em colégio de freiras (farda de blusa branca, mangas curtas, alvíssima e abotoada até quase a base do pescoço; saia de azul escuro, com dobra no cós a envolver toda a parte inferior da blusa e com plissês descendo até a metade das roliças pernas; meias brancas e sapatos pretos; na cabeça, ornato de tecido azul ou branco cingia o cabelo de negrume ondulado e esparramado pelos ombros e costas). Altiva, assumiu a liderança em associações estudantis e o protagonismo em bailes e representações teatrais. Queimou a pele com raios solares em praia sob o olhar vigilante da onipresente mãe. Dançou em animadas tertúlias. Sorriu. Mexericou. Paquerou. Quis vestir-se de minissaia; proibiram-na… chorou sem êxito. Experimentou revoltas na pré-adolescência. Curtiu incompreensões com amuos no quarto de dormir, a porta trancada à chave, por dentro. Autoisolamento. Manteve o desempenho de aluna exemplar ao longo dos três anos de Científico. Estudou na Escola Normal, cuja formação lhe garantiu o diploma de professora. Buscou aprimorar-se em Cursinhos, visando ao complicado enfrentamento do Vestibular e sonhando com ingresso em faculdade de razoável disputa de vagas. Conheceu um jovem talentoso e o Cupido tratou de colocar uma boa dose de paixão no relacionamento. Enamoraram-se. Apaixonaram-se. Trocaram juras de amor eterno. Ingressaram no ensino superior em universidade federal: ele, na Arquitetura; ela, em Letras. Profissionalizaram-se: ele, em cargo administrativo na própria faculdade; ela, na Secretaria Estadual de Educação, como professora de ensino de 2º grau (antigo ginásio), lotada em escola de periferia. Casaram-se. Fixaram residência em casa alugada, vizinha (paredes-meias) à dos pais, deles recebendo o devido apoio. Os irmãos também se casaram. Pádua, o mais velho mudou-se para Natal; Assis, o mais novo, para Recife. Os pais se aposentaram. E vieram os filhos: três – menino, menina, menino, nessa sequência. Tudo transcorria na mais perfeita normalidade.
Até que o Destino deu uma guinada de 180 graus na até então tranquila vida de Dorinha.
À boquinha da noite de um sábado qualquer, o marido, ao retornar do tradicional “racha” de amigos no sítio de um deles, após desviar de ciclista desorientado, perdeu o controle da moto, desceu bruscamente o asfalto, desequilibrou-se na areia fofa do acostamento e caiu, batendo na aspereza do asfalto a lateral da cabeça desprotegida (estava sem o capacete, equipamento de segurança cujo uso ainda não recebia o devido controle). Recuperado de uma leve tontura, retomou o trajeto de volta ao lar. Sentado em espreguiçadeira na calçada, quem o recebeu foi o sogro que logo percebeu um filete de sangue a escorrer do ouvido esquerdo do genro. Advertido, desconversou. Sob aconselhamento, buscou atendimento de urgência em clínica credenciada do seu plano de saúde. Microfratura de crânio. Internação. Ao amanhecer do domingo, a fatalidade: não resistindo ao trauma, faleceu. E Dorinha viu bater-lhe à porta a viuvez precoce. Com três filhos pequenos, o mais novo ainda nos braços, mas, resiliente, logo deu uma rearrumada na vida, antes que tudo virasse de ponta-cabeça; os pais sempre por perto, no apoio.
Passados alguns anos, o pai começou a queixar-se de incômodos e dores na região pubiana. Dificuldades no aliviar-se. Arrepios. Consulta médica com especialista. Exame de toque retal, seguido de outros, clínicos e laboratoriais. Diagnóstico: prostatite. Tratamento: antibióticos e dieta alimentar. Agravamento: intervenção cirúrgica. Biópsia prostática: carcinoma em estágio II. Quimioterapia. Nas sessões iniciais, com aplicações intravenosas, arrostou com denodo os degradantes efeitos colaterais. Aos poucos, fragilizou-se. Debilitou-se. Definhou-se. Abateu-se. No desespero sofregamente contido, buscou no consumo de álcool o lenitivo. Vergou-se. Sucumbiu. Feneceu. A orfandade paterna doeu – e muito! – em Dorinha que, mais uma vez, viu-se obrigada a pôr em prática a sua alta capacidade de superação.
Como já residia em casa de esquina em conjunto habitacional recentemente construído em bairro de alto índice populacional, convenceu a mãe a ir morar com ela; assim, pôde dedicar-se um pouco mais a quem todo devotamento lhe dispensara ao longo de tantos anos, propiciar-lhe um pouco mais de conforto e saudável convivência, compartilhar com ela o seu processo de resignação, de conformação e, principalmente, de reconstrução. Conheceu um jovem professor, recém-admitido na escola em que lecionava. Percebeu nele valores que a atraíram. Vislumbrou a possibilidade de ressignificar a sua existência, de retomar projetos esquecidos em estágios marcados por perdas doloridas. E mais uma vez o Cupido agiu satisfatoriamente. Com a aceitação da mãe e dos filhos, recompôs a sua base familiar. Experienciou momentos de completa satisfação, de crescimento pessoal, de refazimento da estrutura vital. E ele a tratava como rainha. Conquistou a sogra, por ele chamada de “voinha”.
Numa tarde de domingo, em meio à quietude de um pós-almoço em família, surpreendeu-a tristemente uma trágica notícia: a morte fulminante do filho mais velho, adolescente, saudável, estudioso, apaixonado por instrumentos de cordas em pleno aprendizado regular, já conseguindo extrair notas musicais do violão que lhe dera como presente no último Natal. Vítima de eletrocussão em casa de praia onde, na condição de convidado, participava da festa de aniversário de amigo do colégio, pereceu sem direito a qualquer tipo de socorro. Soube, então, que os integrantes de conjunto musical contratado para animar a festa, no intervalo para o almoço, haviam suspendido a apresentação, ausentando-se do recinto que lhes servia de palco. Da piscina onde nadava, o jovem vira a bateria, o contrabaixo, a guitarra e o saxofone temporariamente sem função, ali largados, esquecidos. Interrompera o que fazia, saltara fora das águas e caminhara célere em direção à guitarra ainda plugada na rede elétrica. Ao empunhá-la, sofrera a descarga letal. A natureza de Dorinha era dotada de robustez, vigor, consistência. E isso a condicionou a enfrentar, sem desespero, sem lamentações, mais essa vicissitude, esse revés, infortúnio. Sofreu, sim, a cruciante dor da perda de um filho em plena formação, mas reagiu como mulher de têmpera forte, crendo, como sempre, que o tempo se encarregaria de cauterizar o lanho que teimava em manter-se aberto e sangrando em seu já calejado interior.
A filha graduou-se em Tecnologia de Alimentos. Quis tornar-se independente. Passou a morar na casa da avó, onde instalou uma pequena fábrica de produção caseira de alimentos. Em parceria com amiga de faculdade, cuidava de todo o processo, incluindo a comercialização. Como em todo negócio embrionário, às duas profissionais cabia demonstrar competência e persistência na luta por espaço em mercado dominado por marcas já popularmente consagradas; pesada e forte era a concorrência. Usufruía do convívio da família a partir dos sábados à tarde até a noite dos domingos. Houve um sábado em que ela demorou a chegar; na verdade, não chegou. O celular tocava que caía, e ninguém atendia. Preocupação. Dorinha decidiu conferir de perto o que de fato acontecia. Com o fiel parceiro ao volante do Polo cor de vinho, foi ao encontro da filha. Casa em absoluto silêncio. Luzes acesas. Porta e janela fechadas. Mais uma tentativa de contato pelo celular. O som do aparelho tocando no interior da casa produziu o temor pelo pior. Arrombaram a porta. Invadiram a casa. A cena vista no primeiro quarto mostrou-se aterrorizante. Entre a larga e intacta cama e a parede lateral, jazia no chão frio, de bruços, com as mãos crispadas, o corpo inerte da jovem tecnóloga, vitimada por infarto fulminante. Em meio à dor lancinante da perda de quem amava tanto, Dorinha não se conteve: “Minha filha! Meu Deus, por que tudo isso?!”. Nada mais disse. Quedou-se à fatal realidade em choro condoído, dolente, entremeado de profundos soluços: a alma em afligimento.
A resiliência que fazia Dorinha superar todos esses reveses ainda precisou manifestar-se em dois outros momentos cruciais: a inesperada separação amigável do jovem parceiro, após desentendimentos que afloraram de pequenas discordâncias no pensar e no agir, convindo ressaltar que a saída dele pelo portão da frente, sem sequer um último olhar de despedida, ainda não se dissipou, não se descolou da retina; e o passamento da mãe, após alguns meses de estado vegetativo persistente, em leito hospitalar instalado num dos quartos da ampla casa de esquina, sob o zelo e cuidados de competentes enfermeiras em plantões diuturnos.
Agora, restava-lhe apenas o filho mais novo, que sempre esteve ao seu lado. Ainda jovem, confiaram a ele um cargo de comando na área de Tecnologia da Informação (TI) em empresa de grande porte, com ramificações em vários estados do país. Casou-se com colega de trabalho. Juntos e com o aval de Dorinha, construíram nos altos da casa da mãe uma quitinete, com área coberta frontal, onde passaram a residir. Tiveram uma filha. Colheu-a de surpresa a transferência de ambos para Teresina, capital do Piauí, onde ainda se encontrava em processo de instalação uma nova filial. Mudaram-se.
De repente, Dorinha se viu sozinha em espaçosa moradia, guardiã de memórias de matizes vários. No início desse novo estágio, até que se adaptou com naturalidade. A solidão equivalia à liberdade. Uma compensava a outra. Passava o dia em atividade laboral, agora na coordenação de ensino dos “fora de faixa”, jovens e adultos que não concluíram os estudos no tempo certo. À noite, deleitava-se lendo – jornal, revistas e livros –, ouvindo música em som ambiente ou assistindo a novelas e programas televisivos; até que o sono a vencia. Aposentou-se. E o dia parecia ser bem mais extenso que no rigor da realidade. Viajou. Conheceu outras realidades. Vivenciou outras experiências. Conviveu com pessoas outras. Encantou-se com outras possibilidades que a nova vida punha à sua disposição. Um dia, balançando-se em rede de varandas na área coberta da quitinete do filho, viu e ouviu no televisor da sala a publicidade sobre a tradicional campanha de fim de ano dos Correios intitulada: “Adote uma cartinha e, neste Natal, seja Você Noel!!!”. Comoveu-se com o apelo e decidiu acolher a proposta.
Já no dia seguinte, visitou a agência da empresa instalada em shopping center recentemente inaugurado. Acompanhou de perto, por pura intervenção do Destino, o trabalho de profissionais de TV local em reportagem sobre o significado da campanha, entrevistando crianças que haviam entregado as suas cartinhas. Dispensou maior atenção a um garoto magricela, de pele parda, cabelo crespo, aparência sofrida, vestes simples e de muito uso, os chinelos não parecendo ter sido exclusividade dele. Ouviu-o responder a indagações do repórter sobre o nome – Bruno –, o bairro de origem – Vila Velha – e a natureza do pedido – cesta básica. Frustrou-se por não ter conseguido conversar com ele que simplesmente sumiu. Teve sucesso na escolha da cartinha, cujo texto em letras maiúsculas leu e releu algumas vezes; apesar de a identificação do autor ocultar-se em um código numérico atribuído eletronicamente no ato da entrega, convicta estava tratar-se do Bruno, o menino do Vila Velha, cujo pedido assim se expressava:
“Papai Noel. Eu tenho quase 8 anos. Eu não sei quem é o meu pai. Eu não sei por onde anda a minha mãe. Eu vivo com a minha vó numa pobre casinha de vila. Eu podia até pedir um brinquedo, um carrinho, uma bola. Mas brincar com fome não tem graça, Papai Noel. O meu pedido é uma cesta básica. A minha vó cozinha as coisas e a gente come. Eu acho que é isso, Papai Noel.”
Lágrimas furtivas escaparam-lhe do controle das emoções e se precipitaram pelo rosto, causando-lhe uma suportável ardência no percurso; tentou recolhê-las em lenço de papel. Debalde.
Em casa, ela mesma montou uma farta e sortida cesta – que deixou de ser básica para ser natalina. Entre os vários itens, encontrou espaço para uma caixa há muito esquecida, intacta, pelo filho mais novo, contendo um carrinho com funcionamento à base de atrito das rodinhas de borracha. Seguiu todas as orientações da campanha e procedeu à entrega no prazo e na mesma agência onde adotara a cartinha.
Envolveu-se, na sequência, na tentativa de descoberta de onde os Correios entregariam os presentes. Manteve contato com pessoas do seu vasto universo de amizades, incluindo as que detinham algum poder institucional. Obteve êxito. O evento aconteceria em escola da rede pública localizada no bairro onde Bruno residia. Conversou com a diretora que, revelando haverem elas participado de reuniões e encontros promovidos pela Seduc, via Crede, assegurou não conhecer a referida criança. Dorinha, então, recuperou da memória a imagem da professora Terezinha de Jesus. Perguntou se poderia assistir à solenidade. “Venha.” – Respondeu de pronto a anfitriã. – “Será um prazer revê-la, amiga.”
No dia e hora aprazados, lá estavam elas em ponto estratégico da quadra coberta da escola. O coração abalou-se quando, de longe, avistou o Bruno na companhia de uma senhora, certamente a avó dele. Viu-o, sem conter a emoção que se liquefazia em lágrimas, receber o presente que pedira ao Papai Noel – a cesta básica – sem sequer sorrir.
Dorinha, assim que pôde, despediu-se da amiga com um abraço de agradecimento, aproximou-se dos dois – ele e a avó –, oferecendo-se para ajudá-los. Acomodou a cesta no banco traseiro do Polo cor de vinho, pedindo à dona Mariinha – a avó cinquentona que se mantinha, a si e o neto, com parcos recursos que lhe rendia a coleta de material reciclável – para sentar-se ao lado e convidando o Bruno a ocupar o banco do carona. No trajeto, mantiveram uma boa conversa. Logo ficou sabendo que não poderia ir até à casa deles, dada a estreiteza da via de acesso, possível apenas para motos e bicicletas. Entendeu a mensagem; não pretendia constrangê-los. Assumiu com eles – o Bruno e a avó – o compromisso de ampliar o seu papel de madrinha. Propôs, então, que largassem aquela vida de sofrimento e viessem, a avó na condição de empregada doméstica com todos os direitos que a Lei assegura aos que para tal mister são contratados, morar na sua espaçosa casa de esquina. “Eu tenho um quarto especial para vocês”. – Assinalou, com um benfazejo e acolhedor sorriso. Concedeu-lhes um tempo para pensar, para, se aceitassem o convite, providenciar o que fosse necessário a uma mudança sem traumas.
Na noite de Natal, Dorinha compartilhou a ceia com dois novos personagens – Mariinha e Bruno – por ela agregados ao contexto da sua narrativa de vida com a expectativa de que, mudando profundamente o “modus vivendi” deles, não mais precisasse ajustar-se à já insossa vida solitária. Houve um momento em que, em agradável êxtase, emocionou-se com o movimento de queda de uma fulgurante estrela cadente que, do alto, num céu belamente pintado de azul-escuro e salpicado de milhares de pontos luminosos e cintilantes, mergulhava em direção à Terra, logo perdendo completamente tão intenso brilho. Lembrou-se, então, de um menino que nascera numa manjedoura… E era o Filho de Deus! Levantou-se, beijou a testa de Bruno, viu no rosto dele um não-sei-quê de felicidade e desejou – a ele e à avó – um Feliz Natal.
“O meu sonho era andar bem limpinha, usar roupas de alto preço, residir numa casa confortável, mas não é possível. Eu não estou descontente com a profissão que exerço. Já habituei-me andar suja. Já faz oito anos que cato papel.” (Carolina Maria de Jesus, em Quarto de despejo – Diário de uma favelada).

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