Conto da Quaresma: Flor da quaresmeira

‘’O arvoredo dos morros fronteiros estava coberto de flores-da-quaresma, com suas pétalas roxas e tristemente belas.” (Machado de Assis, em Helena; Editora Três, 1972; pág. 40).

I.

– Bom dia, coronel. Estamos à sua disposição. É só dizer pra que o senhor precisa de nós. – Era Martim o mais desenvolto e expansivo de todos os que trabalhavam na fazenda. Às vezes, o patrão o chamava de “político” – conversador, engenhoso e mentiroso –, segundo o homem que mandava naquilo tudo, nas coisas e nas pessoas.
– Bom dia. Sentem-se. Aí no parapeito mesmo. Eu não gosto de conversar com quem quer que seja em situação de desvantagem. – O coronel estava sentado em sua rede de varandas, armada no alpende frontal da casa grande da fazenda, construída estrategicamente em altiplano que permitia avistar grande parte das vastas terras de sua propriedade, lá embaixo, pra lá dos fundos do quintal, a várzea verdejante até nos rigores do verão, por onde ainda escorriam as tranquilas águas do rio, as quais, entre outras serventias, por bombeamento mecânico abasteciam tanques e caixas d’água e destinavam-se a banhos, lavagens de roupa e de pratos e panelas, além do saciamento da sede de animais domésticos e plantas. Recebia, por chamado dele, os dois melhores vaqueiros de toda a redondeza, que se travestiam de capangas, se a situação isso deles exigisse. – Respondendo a você, Martim. Parece que você, há tanto tempo servindo nesta freguesia, ainda não conhece o vigário. Por que eu chamaria vocês, em plena manhã de domingo?! Pra assistir missa e pedir perdão a Deus, isso é que não é! Dois estragos e exageros da Natureza, capazes de derrubar boi brabo pelos chifres, de amansar burro chucro sem arreios e sem chicote, de matar onça num abraço, estontear com tabefe moleque metido a besta, destrambelhar mulher viçante em noite de esbórnia… Tem mais algum predicativo? Acho que esses já bastam… Você sabe pra quê, desconfia, Jerônimo?
– Sei não, senhor, coronel. – Respondeu de susto, como se estivesse saindo de um momento de sonolência, certamente por efeito de ressaca, após noite de sábado de cachaçada e andanças a cavalo em noite escura à procura do que não houvera perdido e, como todo bom bêbado, metido a valente, rico e bonito.
– Pois devia saber, seu filho de mulher barriguda que não tem a menor ideia de quem a emprenhou… – A raiva incontida do “senhor”de todos eles decorria de tê-lo flagrado “pegando piaba” à plena luz do dia e “nas minhas furças” (termo usado em conversa mantida com a dona da casa logo em seguida, quando ela advertiu o marido para os eventuais e indesejáveis efeitos do tratamento dispensado aos dois rudes homens).
– Coronel, por favor! – Retrucou, com certo temor, o enfastiado Jerônimo.
– Ah! Tá bem. Você prefere que eu o trate como filho duma égua, com todo o respeito à senhora sua mãe – e que Deus a tenha em sua eterna glória! – que, se já não tivesse morrido, coitada, morreria de vergonha de ter botado uma criatura como você no mundo dos justos.
– Desculpe, coronel, mas por que mesmo o senhor nos chamou pra vir até aqui? – Martim procurou pôr panos quentes na discussão que certamente não levaria a nada.
– Pois bem. Os dois vão me prestar um servicinho besta, nada comparado com a capacidade e a disposição dos dois. É o seguinte. Um ladrãozinho de meia tijela, um filho de mãe sem pai, achou por bem invadir o meu quintal e surrupiar um casal de perus que a minha velha engordava para a ceia do Natal. A minha raiva não é pelos bichos, isso não! É pela ousadia do desgraçado.
– É gentinha conhecida, daqui mesmo, coronel. – Jerônimo, agora desperto e atento, quis reconciliar-se com o patrão, que sempre tinha razão; afinal, cochilar em pleno alpendre da casa do homem não cabia em qualquer tipo de propósito.
– E eu digo mais, coronel, já deve até ter trabalhado pro senhor. – Complementou o Martim.
– Como é que vocês podem desconfiar de quem me serve ou serviu? – Sem impacientar-se, mas mudando a posição de assento na rede, o coronel pretendeu instigar os dois homens da sua confiança.
– Bem. Se ele foi direto aonde estava o casal de perus, sabia ele o caminho, o mapa da mina. – Raciocinou, em voz alta, o experiente Jerônimo.
– É. Tenho de reconhecer. Vocês têm razão. Pois o que quero de vocês dois é que descubram quem é o engraçadinho e tragam esse desafortunado pra mim, vivo, amarrado, sem rosto desfigurado ou costela quebrada, só pra ele receber o merecido castigo.
– O senhor pode deixar com a gente, coronel. O cabra já está de sobreaviso, o senhor pode crer nisso. – Prontificou-se o desassustado Jerônimo.
– É crime premeditado, como costuma dizer o doutor delegado com tudo o que acontece de desavença por aqui. – Tipificou o caso, a seu modo, o “político”.
– Revirem toda esta porcaria de terra, toda bodega, todo boteco, todo local de jogatina, toda casa de perdição ou de moradia, todo quintal, todo galinheiro, tudo o que é buraco, tudo o que é loca de pedra, toda a mata, rala ou fechada… revirem tudo… vão ao inferno, se preciso for, mas tragam o ladrãozinho, eu quero ouvir ele me pedindo perdão, implorando para o meu lado religioso de pouca fé e muita ação… o objeto do roubo recuperado ou não. Entenderam bem?!
– Coronel, é certo que a gente vai encontrar o homem… – Ressaltou Martim, agora com a seriedade de quem é afeito a aventuras.
– Onde quer que ele se esconda… – Completou Jerônimo, agora já de pé, os olhos bem abertos e o nariz empinado.
– Mas o senhor podia adiantar o que pretende fazer com ele? Se for só uma coça… – Soou a voz polida de quem poderia atuar bem na política, sempre na defesa do outro com algum interesse próprio.
– O que pretendo fazer com o peste não é da sua conta. – Interrompeu-o o coronel, antes que viesse com proposta fora de propósito. – O que é da conta de vocês é o que acabei de ordenar. Façam o que mandei fazer. O resto… O resto só a mim interessa, é do meu exclusivo interesse. Mas fiquem tranquilos. – E a voz do “velho senhor” adquiriu, de repente, umas gotas de civilidade, de abrandamento do coração. – Vai ser um castigo apropriado ao malfeito do condenado. Não se trata de pena de morte. Serei um justo juiz. Garanto que ele vai sair daqui vivo, andando com as próprias pernas, mas devidamente emendado. Pra vocês, ‘stá bem assim?
– Tá, coronel. – Os dois falaram a um tempo só.
– Pois então, cuidem, avexem-se, porque a minha paciência já está se esgotando…
– Com licença, coronel!
Os dois homens saíram, sem trocar palavras um com o outro, mas cientes do que lhes cabia fazer. Subiram em suas bem tratadas e bem arreadas montarias, devidamente adestradas para caça a boi brabo perdido em matagais da caatinga, e trotaram até ultrapassar o portão de entrada da fazenda, com toda a cerca frontal protegida por arvoredo, de um lado e do outro por fileiras de muitos pés de quaresmeiras prestes a ganhar a cobertura de flores que mudam de cor – pétalas brancas no início da florada, que logo se daria às vésperas da primavera, e “pétalas roxas e tristemente belas” à medida que envelhecem – e atraem revoadas de abelhas, de vários tipos, cujas fêmeas recolhem por polinização vibrátil o alimento das suas larvas, liberando uma nuvem de pólen, além de pássaros chilreantes e insetos de hábitos noturnos. E, por tudo isso e pela vontade da mulher do patrão, a fazenda se chamava Jardim das Quaresmeiras.

II.

“Reconhecer seus crimes de cabeça baixa é ter sabedoria, recusar emendar-se, eis o problema…” [Gao Xingjian (1), em a Montanha da alma. Objetiva, 2001; pág. 165].

Já no meio da tarde, o sol já perdendo força, brilho e calor, bem o coronel Apolinário – mais frequentemente dionisíaco (emoção e instinto); e menos apolíneo (razão e raciocínio lógico) – se levantara da sua habitual sesta (que adquiria razoável prolongamento aos domingos), após almoço – uma peixada de curimatã ovada (pescada no açude da fazenda), com pirão de cuscuz e arroz branco, além de natural e suculento suco de cajá, com sobremesa de nacos de rapadura de coco e café preto passado na cara do freguês –, entremeando o saboreio com conversas amenas com a patroa sobre assuntos vários, todos de interesse da família, com destaque para a saudade dos filhos, um casal de saudáveis criaturas já formadas e casadas morando na capital e ainda sem desdobramentos filiais, que os visitavam esporadicamente (pra ele, “ingratidão filial”; para a sua santa mulher, que o rebatia com lhaneza e cordialidade, algo muito natural: “Meu velho, eles têm mais é que cuidar da vidinha deles, enquanto nós cuidamos da nossa…”), quando, de repente, pressentiu que os seus vaqueiros já retornavam da missão que cedo da manhã lhes confiara.
De pé na calçada frontal da casa, próximo da parte mais alta do corrimão de alvenaria em curva convexa que delimitava a escadaria de uma dúzia de degraus, avistou ao longe a vagarosa aproximação do quase inaudível tropel dos cavalos. Quando os cavaleiros cruzaram o portão de entrada da fazenda, Apolinário desapoquentou-se ao perceber o porquê da lentidão.
Martim e Jerônimo, tranquilamente avezados em suas montarias, conduziam, entre elas, andando a pé, com os braços amarrados para trás, duplo laço frouxo em volta do pescoço com as pontas das cordas à mão de cada um deles, o caminhar de cansaço, a presa que, com experiência e destreza, não demoraram muito em capturar. Nada do casal de perus. O mistério seria desvendado na séria conversa que certamente o patrão manteria com ele, um molecote franzino, de estatura mediana, mal saído da adolescência, cabelo crespo e curto, olhar de desconfiança e medo, fisionomia de sofrimento e desesperança, vestimenta – calça e camisa – já desgastada pelo uso e chinelos – havaianas sem cor – carentes de substituição, sobre quem recaíam as irremovíveis suspeitas de que houvera, sim, praticado os crimes de invasão de propriedade alheia e subtração de itens do patrimônio aviário do rico e rigoroso fazendeiro.
E que Deus cuide da sua alma! – Certamente um dos dois desejou isso só em pensamento.

III.

“E deixa o tiziu mudar as penas, p’ra depois cantar.” (João Guimarães Rosa, em A volta do marido pródigo/Sagarana. Nova Fronteira, 2001; pág. 121).

“Às vezes, a pessoa para ser boa precisa se fazer de ruim.” (José J. Veiga, em A casca da serpente. Bertrand Brasil, 2001; pág. 80).

Antes que chegassem até ele, o coronel ordenou em voz alta, o braço direito levantado e a mão espalmada:
– Parem! Não o tragam até aqui, agora. Eu ainda estou no meu descanso dominical…
– E o que fazemos com o molecote, coronel? – A indagação quem a formulou foi Martim.
– Façam o seguinte: amarrem ele no tronco de uma daquelas quaresmeiras, símbolo do arrependimento e da transformação, segundo a minha santa mulher. Amanhã, muito cedo, vou ter uma conversa bem séria com ele.
– Perdão, patrão, se me intrometo na sua decisão. – Manifestou-se o intimorato Jerônimo. – Mas ele vai passar a noite ao relento?
– Vai, sim. Ele pôde entrar no meu quintal na calada da noite, em condições de fazer o que fez… sempre ao relento. Certamente já está acostumado.
– E isso já faz parte do castigo, coronel? – Medindo as palavras, com o cuidado que a situação impunha, sem alteamento de voz, Martim quis compreender o objetivo da atitude do patrão.
– Digamos que sim. Agora, vamos poupar palavras, concluir essa falação… vamos agir. Em vez de muita conversa, mais ação.
E eles amarraram o molecote, que se manteve calado o tempo todo, no tronco da quaresmeira a uns dez metros do portão, a que oferecia a mais densa das copas de folhas verde-escuras, numa condição que lhe permitia um mínimo de movimentos, como sentar-se e deitar-se. A noite seria longa, sem agasalho, sem água pra beber, sem nada pra comer, apenas a proteção da copa da árvore.
No curso da noite, Apolinário, mais emoção que razão, não sentiu remorso algum, nem se apiedou de seu prisioneiro. Achou até justo o cativeiro a céu aberto a que submetera o “ladrãozinho de meia tijela”, debalde os rogos da sua santa mulher. “Fez errado, tem de pagar!”. Essa era a lei que abonava o seu ato. “Vai ser só uma noite de correção!”. Ponderou. E dormiu tão tranquilo, como se nada tivesse acontecido.
Já na manhã do dia seguinte, banho tomado, sentado à mesa para o quebra-jejum à base de café, leite, tapioca de coco, cuscuz e ovos malpassados, chamou dona Dinha (Margarida era o nome dela de batismo), que cuidava da cozinha deles a algumas décadas, e mandou que levasse água e café para o excomungado, advertindo-a:
– Não troque, por favor, um dedal de palavras com ele; não lhe ouça as lamúrias, as lamentações, o choro; não lhe dê conselhos de qualquer ordem. Eu é que vou conversar com o peste. Entendido?!
– Sinhô, sim. Eu sou um túmulo, coronel.
A manhã de uma segunda-feira modorrenta já se ia espreguiçando pela metade da sua trajetória com destino a uma tarde que já se prenunciava também indolente, quando o coronel desceu, determinado, a dúzia de degraus da escadaria de acesso à casa grande da fazenda que herdara dos pais e, nesses anos todos – não menos de trinta, – lhe impusera, como se ferra um boi, a sua marca pessoal, e, sob o olhar altivo da companheira de tantas lutas que, de pé, ao lado de uma das colunas de sustentação do telhado do alpendre, tudo acompanhava com devotado interesse, encaminhando-se para a árvore que servira de abrigo e prisão ao molecote. Encontrou-o sentado no chão, recostado no tronco da quaresmeira, os magros braços enlaçando as magras pernas dobradas, quase na altura dos joelhos – como se pretendesse agasalhar-se do frio que parecia recender dos ossos –, a cabeça derreada por sobre esse arranjo, aparentemente em sono profundo.
Ao aproximar-se, a ele logo se dirigiu:
– Acorde, rapaz! – E prosseguiu. – Eu já devo ter visto você por aí, mas não me recordo das suas feições. Como você se chama?
– Eu sou o Zezinho de dona Matilde… do Josias…
– Do Josias? Que já trabalhou nas minhas roças? – O rapazote só meneou positivamente a cabeça, o olhar de extrema tristeza. – Me mate uma curiosidade: como você invadiu o meu quintal?
– Coronel, não é difícil. O senhor não cria cão de guarda. Eu vim pela margem do rio, o luar me servindo de luz. Passei pelo arvoredo da várzea, saltei a cerca de pau-a-pique e vim, com cautela, até onde os perus estavam. Coloquei-os no saco de estopa que trazia com esse fim, fiz o caminho de volta e segui direto para a feira, onde consegui um bom dinheiro por eles.
– E por que você fez isso? Você não tem cara de ladrão…
– Ladrão não sou não, coronel. A necessidade é que faz a gente proceder assim. Eu estudei até o último ano que as escolas municipais da cidade oferecem. Não arranjo emprego de qualidade nenhuma, talvez porque seja negro… diziam até que eu era escravo alforriado. Meu pai está sem trabalho já há alguns dias. Minha mãe, que lava e passa roupas, caiu doente, está acamada, precisando de remédios. Foi a alternativa que encontrei para comprar os remédios da minha mãe e ainda uns quilinhos de arroz e de feijão para uns poucos dias de almoço. Perdoe-me, coronel! Me solte e me deixe ir pra casa. Os meus pais já devem estar preocupados com o meu sumiço.
O coronel Apolinário, mais emotivo que racional, tremeu nas bases. Voltou o olhar para a sua casa e vislumbrou a silhueta da mulher. Chamou-a, então:
– Expedita, por favor, venha até aqui.
Antes que a companheira chegasse, cuidou de desamarrar o rapazote, tanto do tronco da árvore quanto do entrelaçamento de cordas que mantinha os braços para trás.
Dona Dita, tão logo viu o prisioneiro do marido, já tentando se recuperar dos efeitos da prisão, reconheceu-o:
– Zezinho, é você, meu filho! Apolinário, esse menino é quem fazia a limpeza do quintal, capinava, jogava o lixo fora… O que houve, rapaz?
Ele não teve coragem de encará-la. Cabisbaixo, limitou-se a pedir perdão e a repetir que não era ladrão. Apolinário retomou a condução dos fatos.
– Dita, minha velha, como me arrependo do que fiz. Por um casal de perus… Esse rapaz está passando por situação muito difícil. Pai sem trabalho, mãe doente, ele não consegue emprego. A necessidade levou-o a esse desatino.
– E o que você vai fazer, além de libertá-lo? Quer ouvir uma sugestão?
– Sim. As suas sugestões sempre são bem ponderadas.
– Estou precisando de gente para ajudar o pessoal da limpeza da casa, para aguar as plantas, para pôr comida pros bichos… Contrate o Zezinho, lhe dê um bom salário e eu cuido dele.
– Proposta acolhida, minha velha. Levante-se, rapaz. Vá pra casa. Descanse no resto do dia. Amanhã de manhã, muito cedo, esteja disposto para assumir o seu posto, após tomar o café da manhã com a equipe da limpeza de dona Dita.
E o coronel Apolinário experimentou, talvez pela primeira vez, o misto de emoção e razão. Na volta pra casa, de mãos dadas com a companheira de todas as horas, dela ouviu:
– Apolinário, meu velho, se a quaresmeira é símbolo de arrependimento e transformação, também o é de reconciliação, de perdão.
Com certeza, a lição de vida foi assimilada.
Cerca de duas semanas depois, as flores-da-quaresma, de cor branca, deram um novo e belo visual à entrada do Jardim das Quaresmeiras e acolheram visitas esvoaçantes.

“Toda verdade tem de ser olhada na moldura de seu tempo e de sua circunstância.” (Geraldo Mello Mourão, em O bêbado de Deus. Green Forest Brasil, 2001; pág. 82

NOTA DO AUTOR
(1) Prêmio Nobel de Literatura de 2000.

EU

Eu penso
Quando o momento isso de mim exige
Eu sonho
Porque é assim que dou sentido à vida
Eu luto
Até porque a letargia sempre me aflige
Escrevo
Isso me apraz, m’encoraja, me desintimida
Eu leio
Disso extraio o néctar pra minha irrequieta alma
Viajo
Pelo mundo de outrem, sem sequer sair de casa
M’encanto
Se descubro o novo, o belo e, da vida, a magia
Eu durmo
Descanso o corpo se Hipnos me acolhe, me abraça
Eu vivo
Afinal, pra isso é que nasci, à luz fui dado um dia.

Feliz sou!
Pela vida, vou!

Francisco Luciano Gonçalves Moreira (Xykolu)

Graduado em Letras, ex-professor, servidor público federal aposentado.