CIDADÃO DE HONRA

No dia 03 de outubro de 2019, o Conselho de Paris concedeu o título de Cidadão de Honra ao ex-presidente LULA por sua luta política pelos direitos humanos, justiça social, proteção ao meio ambiente, valores guardados por aquela cidade libertária, berço da democracia moderna. A iniciativa foi da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que em comunicado ressaltou o compromisso do presidente LULA com a redução das desigualdades sociais e econômicas permitindo a 30 milhões de brasileiros saírem da linha de extrema pobreza e acessarem direitos essenciais.

 

O único brasileiro já premiado até então com essa honraria, em 2011, é o líder indígena da região do Xingu, Cacique Raoni Metuktire. O capitão Bolsonaro, com sua prática política de alimentar o ódio, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro, fez questão de atacá-lo de forma vergonhosa, como sempre: “Muitos desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros. Algumas pessoas teimam em tratar nossos índios como verdadeiros homens das cavernas”.

 

Ontem, 02 de março, em Paris, Lula de forma altiva recebeu o honrado título: “Quando fui informado desse prêmio eu ainda estava preso e fiquei muito feliz. O que me deixou mais impressionado é que os carcereiros que cuidavam de mim também ficaram felizes. O povo de Paris me acolhe hoje entre seus cidadãos como um reconhecimento pelo que fizemos, junto com tantos companheiros e companheiras, com intensa participação social, para reduzir a desigualdade e combater a fome no Brasil. O que está hoje ocorrendo no Brasil é o resultado do enfraquecimento do processo democrático, estimulado pela ganância de uns poucos e por um desprezo mesquinho pelos direitos do povo; desprezo que tem raízes profundas, fincadas em 350 anos de escravismo. É meu dever falar aqui em nome dos que sofrem, em meu país, com o desemprego e a pobreza, com a revogação de direitos históricos dos trabalhadores e a destruição das bases de um projeto de desenvolvimento sustentável, capaz de oferecer inclusão e oportunidades para todos. É meu dever falar em nome de milhões de famílias de agricultores, das populações que vivem à margem dos rios e nas florestas, dos indígenas e dos povos da Amazônia, para denunciar a deliberada destruição das fontes de vida em nosso país, por causa das políticas irresponsáveis e criminosas de um governo que ameaça o planeta”.
Como de há muito se sabe, a liderança de Lula extrapola as fronteiras nacionais. Depois de sua importante audiência com o Papa Francisco, dialogando sobre o tema da Desigualdade e Pobreza que avançam no mundo, ele reuniu-se com políticos como deputado francês Eric Coquerel e o líder do grupo França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon. Sua agenda seguirá por outros países europeus. Em visita a Genebra, no dia 6, por exemplo, Lula se encontrará com representantes do Conselho Mundial das Igrejas (CMI), que congrega mais de 340 igrejas em mais de 120 países. Na pauta, o ex-presidente deve abordar a desigualdade social, tema central do encontro com o Papa Francisco no Vaticano. E ainda na Suíça, o ex-presidente participa de encontro com representantes de sindicatos globais. Já em Berlim, na Alemanha, o petista se reunirá com lideranças políticas e com representantes do movimento sindical alemão. No dia 9, participa de encontro em defesa da democracia no Brasil. Será um ato público em que encontrará representantes dos comitês internacionais Lula Livre.

 

Do Brasil para o mundo, a voz de Lula volta a ecoar em um momento crítico da história mundial, assolada pela violência da extrema-direita, a ganância dos capitalistas financeiros e a hipocrisia de pastores e pastoras de setores fundamentalistas das igrejas cristãs, católica e evangélica. Com sua liderança histórica, Lula poderá comandar um movimento internacional de lutas pelo retorno à democracia participativa e solidária.

Alexandre Aragão de Albuquerque

Mestre em Políticas Públicas e Sociedade (UECE). Especialista em Democracia Participativa e Movimentos Sociais (UFMG). Arte-educador (UFPE). Alfabetizador pelo Método Paulo Freire (CNBB). Pesquisador do Grupo Democracia e Globalização (UECE/CNPQ). Autor dos livros: Religião em tempos de bolsofascismo (Independente); Juventude, Educação e Participação Política (Paco Editorial); Para entender o tempo presente (Paco Editorial); Uma escola de comunhão na liberdade (Paco Editorial); Fraternidade e Comunhão: motores da construção de um novo paradigma humano (Editora Casa Leiria) .

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Alexandre Aragão de Albuquerque

Mestre em Políticas Públicas e Sociedade (UECE). Especialista em Democracia Participativa e Movimentos Sociais (UFMG). Arte-educador (UFPE). Alfabetizador pelo Método Paulo Freire (CNBB). Pesquisador do Grupo Democracia e Globalização (UECE/CNPQ). Autor dos livros: Religião em tempos de bolsofascismo (Independente); Juventude, Educação e Participação Política (Paco Editorial); Para entender o tempo presente (Paco Editorial); Uma escola de comunhão na liberdade (Paco Editorial); Fraternidade e Comunhão: motores da construção de um novo paradigma humano (Editora Casa Leiria) .