O sistema educacional precisa de uma grande reforma, para fazer cabeças pensantes, e não idealizadores de anti ensino. Todavia, o aprendizado não vem apenas da escola, mas precisamos de um modelo de ensino que através dela possa criar cidadãos dentro e fora do espaço acadêmico.
O sistema educacional hoje aprisiona o aluno em uma caverna, que o cega do conhecimento que realmente importa para a sociedade. Não se deve ter conhecimento apenas para entrar em um faculdade, mas levá-los a uma instituição que lhes traga o conhecimento aprofundado de um ensino adquirido na escola. Do que adianta o cidadão chegar à faculdade, e não ter um senso crítico? Que possa ter um olhar geral da sociedade, e fazer algo para melhorá-lo. As pessoas se preocupam apenas com o dinheiro que irá ganhar pós-faculdade, e não em melhorar a sociedade em que ela mesma está inserida. Em uma analogia da caverna de Platão podemos comparar o governo brasileiro e o sistema de ensino, como esta parábola pode mostrar.
No livro A República de Platão, ele descreve a parábola de Sócrates, A Caverna, para explicar o governo daquela época. Na tal caverna, alguns homens aprisionados e amarrados de costas para a entrada, viviam durante toda a vida, sem conhecer o exterior da caverna. A visão de mundo daqueles homens eram apenas as sombras do que passava na parede, reflexo de coisas que aconteciam fora. Um dos homens em certo momento conseguiu escapar, e viu que tudo aquilo que pensavam era totalmente diferente do que pensavam. O homem que escapou, voltou para contar aos outros, o que ele tinha visto fora da caverna; os que ficaram, achando que este estivesse louco, o mataram.
Imaginemos por hipótese que nossa sociedade não fosse alienada e hipócrita. Quando o governo adotasse um padrão de ensino, sendo um país democrático, não haveria uma obrigatoriedade de aprendizado padrão. Quem quer estudar, não precisa que o MEC (Ministério da Educação) determine apenas disciplinas de seu interesse, mas sai da caverna e busca o conhecimento de fato (o que realmente interessa). Tirar a filosofia, sociologia e o que quer que fosse da grade de ensino, não os obriga a não estudá-los. Sair da escola, ou ocupá-la para exigir atenção, não fará de ninguém politicamente correto. Quem realmente quer educação, não deixa de estudar para fazer ocupação, impedindo outros alunos de assistirem aula; respeitar o professor, prestar atenção nas explicações, debater em sala de aula, essa sim, é a melhor manifestação a favor da educação.
A reforma educacional começa quando os alunos exigem modelos adequados de acordo com a época que vivemos, realmente os pratica. No livro “Estruturas da mente – A teoria da inteligência múltipla” de Howard Gardner, ele identifica sete modelos de inteligência que vão além do exigido pelo nosso sistema educacional. Uma grade de ensino que avalie a inteligência espacial, corporal, lógico-matemática, musical, linguística, interpessoal, e intrapessoal; favorece um maior aprendizado, e foge do modelo padrão atual.
Estamos quase na era pós-digital, e as avaliações educacionais continuam as mesmas, com uma metodologia dos séculos passados. Parece que aprendemos o que existe fora da caverna, e fazemos uma avaliação como se o certo fossem aquelas sombras.
A educação não depende apenas do governo, depende de cada um que busque o conhecimento, e o conhecimento não está apenas na escola. No entanto, se o modelo educacional melhorar, tudo irá melhorar, inclusive nossa gestão de inteligências. Quem já saiu da caverna deste nosso sistema, que mostre o melhor caminho para que os que estão aprisionados possam sair também, de uma maneira que eles não achem loucura.