Quando os soldados cercarem tua cidadela, não temais
Cerra teus punhos e firma teu pensamento
Teu deus, seja ele qual for, é contigo
E lembra-te: Canudos não se rendeu.
Quando a matadeira começar a atirar,
E o cheiro de pólvora dos canhões e fuzis
Deixarem no ar o seu cheiro
E começarem a queimar a cidade que tu ergueste
Com teus pares do barro,
Não te desesperes.
Firma teu punho e luta:
Ainda que saibas quase nada poder contra eles
Então lembra-te: Canudos não se rendeu.
Lembra-te do gamão na cidade tranquila
Lembra-te das palavras do teu mestre Conselheiro
Lembra-te da enxada da lavoura da fartura da felicidade
Que tudo ali foi obra vossa, tua e dos teus pares.
Mas quando tua cidadela começar a queimar
E as mulheres, mesmo de arma em punho,
Começarem a serem violadas
E as crianças mortas começarem a se estender ao chão,
Não te desesperes.
Firma teu pensamento, serra teus punhos, e luta
Até chegar tua hora.
A Jerusalém de taipa também foi obra tua.
Que ninguém jamais se esquecerá do teu feito.
Canudos não se rendeu.