Sobre Alder Teixeira

Professor titular aposentado da UECE e do IFCE nas disciplinas de História da Arte, Estética do Cinema, Comunicação e Linguagem nas Artes Visuais, Teoria da Literatura e Análise do Texto Dramático. Especialista em Literatura Brasileira, Mestre em Letras e Doutor em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais. É autor, entre outros, dos livros Do Amor e Outros Poemas, Do Amor e Outras Crônicas, Componentes Dramáticos da Poética de Carlos Drummond de Andrade, A Hora do Lobo: Estratégias Narrativas na Filmografia de Ingmar Bergman e Guia da Prosa de Ficção Brasileira. Escreve crônicas e artigos de crítica cinematográfica

Godard nunca morrerá

Até hoje não tenho claras as razões pelas quais um cineasta reconhecidamente rebuscado, por vezes rotulado de chato e incompreensível, quanto Jean-Luc Godard, teria sido exibido numa cidade do interior do Ceará em plena década de setenta. Já nem lembro

Sobre grafia e despudor

Apropriando-se indecorosamente das celebrações do bicentenário da Independência, transformando-as no mais desfigurado, vil e desavergonhado espetáculo oficial do país, sob o olhar cúmplice de representantes das Forças Armadas, assumidamente usados como figurantes de quinta no palco da encenação burlesca, o

A luz e a escuridão

Desde pelo menos a segunda metade do século XVIII, mais precisamente nos anos que se seguiram a 1780, quando se pode testemunhar o ápice do Iluminismo e do ativismo do que os alemães chamavam de Aufklärung, isto é, a defesa

Farinha do mesmo saco

Ao sentar-me diante do computador para escrever a coluna desta quinta-feira 18, ocorreu-me lembrar da frase atribuída ao escritor americano Mark Twain: “A História não se repete, mas rima por vezes”. É o que concluo ao acompanhar através da imprensa

Um cidadão brasileiro (II)

Como ocorreria a outros tantos intelectuais e artistas, entre 1964 e 1985, período em que durou a ditadura militar, Caetano Veloso não raro seria considerado de esquerda pelos conservadores, e de direita pelos militantes da esquerda. Incompreendido, jamais abriria mão

Um cidadão brasileiro (I)

Era início da década de 1980. Eu integrava o elenco da peça A Noite Seca, de Geraldo Markan, com direção de Guaracy Rodrigues. Interpretava o Pe. Hipólito, Fernando Piancó o outro. No hall de entrada do Theatro José de Alencar, protestávamos

Carpe Diem

Está no Livro I de ‘Odes’, do poeta romano Horácio (65 a.C.- 8 a.C.), e significa “aproveite o dia”. Serve como chamamento a que não se deixe para depois o que existe de bom — não num dia específico, mas

A razão de Acácio (II)

Do ponto de vista da estrutura, o romance é extremamente simples: são trinta e nove capítulos curtos, os quais podem ser lidos isoladamente, embora se deva observar que, na contramão do que é próprio do gênero, os finais se mantenham

A razão de Acácio (I)

Em livro clássico, intitulado Fundamentos da Linguística Contemporânea, o semioticista brasileiro Edward Lopes discorre sobre o que define como “função outrativa” da linguagem. Entende-se por isso a capacidade do artista para despersonalizar-se, isto é, desdobrar-se em diferentes personalidades, tornar-se outro