AS OLIGARQUIAS E AS BOLSAS DO GOVERNO

A base monetária de parte considerável das regiões Norte e Nordeste é construída pelas transferências públicas (União, Estado e prefeituras) e pelas “bolsas”, a qualquer título.

As políticas públicas dominantes nas últimas duas décadas, criaram o salário sem trabalho, dependência da pobreza e da capacidade de provimento do Estado-protetor.

A pequena indústria artesanal cuja venda alimentava a população, e lhe dava ocupação e trabalho, desapareceu sob a sedução de uma mesada permanente, a mesma que enche as estradas de desocupados em suas montarias de duas rodas.

O Consórcio de governadores nestas duas regiões fragiliza os laços federativos que mantiveram a nação unida em circunstâncias várias e mantém a população sob estrita dependência da benemerência dos governos.

Houve tempo, no período das secas cíclicas, quando o governo, à falta de políticas públicas adequadas, desenvolvia programas emergenciais de “combate” às secas do Nordeste e às cheias do Norte. As “obras” sem propósito definido consistiam basicamente, a título de construção de estradas, em transportar pedras e árdua de um lado para outro e, depois, devolvê-las ao sítio de origem.

Nesta operação primitiva de carregar e depor pedras em lugares ermos, dava para perceber a intenção social e pedagógica para tornar o trabalho contrapartida de um estipêndio público.

A bolsa, por seu turno, na medida que se multiplica e acumula pelas artes do protecionismo do Estado, foge a uma relação de recompensa pelo trabalho prestado para transformar-se em favor em troca de lealdades permanentes.

Sobre o autor:

Compartilhe este artigo:

AS OLIGARQUIAS E AS BOLSAS DO GOVERNO