Quando interpelada sobre a possibilidade de escrever sobre fotografia, deparei-me com um imenso desejo que mal se continha dentro de mim, que saltou da minha boca antes que meu coração processasse o frio na barriga de tal responsabilidade. Para quem me conhece, não é segredo que eu sou encantada pelas imagens, seus cultivadores e seus criadores. As fotografias povoam minhas memórias e meu presente.
Talvez, ainda mais do que fotografar, eu gosto de pensar, sentir e conversar sobre as práticas fotográficas. E sem sombra de dúvidas, o tipo de fotografia que mais me move são as imagens pessoais, as imagens vernaculares. Aquelas que ficaram esquecidas nas caixas de sapato, no álbum da casa da avó, no HD que ninguém vai olhar ou aquela fotografia íntima que escolhemos compartilhar pela internet, para nos representar socialmente. Mas ainda muito ausente das reflexões acadêmicas.
É, tem sido uma estrada louca a que a fotografia vernacular tem percorrido desde a invenção fotográfica. Em seus primórdios, estava restrita às mãos dos profissionais que eram recebidos por uma família vestida de acordo com a situação e negociava seu olhar de estrangeiro ao seio familiar. Depois com o surgimento da fotografia instantânea e industrial, a câmera sai da mão do fotógrafo para ser uma extensão do olhar do pai de família, e hoje sai das mãos paternas, está nas mãos dos filhos, na câmera embutida de cada celular no mundo.
Fernanda Luá
Camila, minha professora de Fotojornalismo e Teorias do Jornalismo aqui nesse site. Que show!
Amei <3
Lucas
Legal! Bem vinda.