Pandemia global, todos em casa, entreolhando-se apreensivamente sem poder se beijar, nem chegar perto, mas unidos em comunhão.
Vovôs e vovós, sós e saudosos, contentam-se em alisar os cabelos e a face dos netinhos com o cursor na tela do “laptop” ou com a ponta dos dedos na tela do celular. Lágrimas rolam pelas faces envelhecidas, enquanto deixam escapar a inevitável frase: – tão lindo! tão linda! que me faz recordar o conto da coruja que com a raposa.
Mandemos fotos para esse grupo de risco que já se arriscou tanto, para criar e nutrir a sua prole.
MINHAS PERCEPÇÕES ENQUANTO PAI, AVÔ E EDUCADOR:
FAMÍLIAS COM CRIANÇAS: Haja paciência e criatividade para acalmá-las! Use a estratégia correta, aquela que encanta.
Sabe-se que o melhor brinquedo para uma criança é outra criança.
Jogue os brinquedos e o bum-bum no chão e grite espalhafatosamente: – vamos brincar, galerinha. Se puder, simule uma queda, o gatilho que dispara gargalhadas, faz entrar no mundo infantil para explorar: linguagem, formas, tamanhos, cores, movimentos, números, letras, palavras … tendo os brinquedos como ferramentas pedagógicas concretas.
Rios de informações, oceanos de afetividade. Hora ímpar para os pais montarem quebra-cabeças e construirem um emocional saudável com as crianças, baseado numa presença amorosa.
FAMÍLIAS COM ADOLESCENTES: o “approach” deve ser outro.
Troque o chão pelas poltronas ou redes gostosas que propiciam balanços. O balanço da rede torna o corpo leve e o faz voar na imaginação.
Substitua os brinquedos coloridos, por livros, jogo de xadrez, luta marcial no tabete da sala que vira ringue de luta etc e tal.
Procure ouvir os jovens de forma genuinamente ativa, sempre atento à psicologia de gênero. Meninas e meninos são bem diferentes. Procure acessar as conversas intermináveis que têm com os colegas. Abandone o “status” de pai ou de mãe. Nivele-se. A comunicação horizontal é amiga e estimulante.
Ouça as histórias deles com interesse e conte as suas. Coloque a censura e o julgamento em quarentena. Isole-os. Ponha esparadrapo em suas bocas para que não saiam as gotículas do vírus da discórdia e da inibição.
FAMÍLIAS COM PESSOAS IDOSAS, PESSOAS PORTADORAS DE “ALZHEIMER” OU OUTRAS DOENÇAS:
Esse contexto é difícil de administrar. As recomendações abaixo, ajudam muito: conscientizar todos da família a se comportarem com tolerância, respeito e espírito humanitário; legalmente essas queridas são prioritárias. Deixar que elas escolham seu espaço na casa é o reconhecimento de quem já contribuiu de forma relevante para o crescimento e o bem-estar da família; ter consciência de que o isolamento é físico e não social. As pessoas podem ser afetivas, mediante gestos e/ou palavras. Idosos e enfermos precisam muito de afeto; um olhar acolhedor, um sorriso, uma palavra de conforto, enfim, a solidariedade, ameniza o sofrimento.
Ter a compreensão de que um dia envelheceremos ou ficaremos doentes, é relevante para entender as limitações de um idoso ou de um paciente.
FAMÍLIAS GRANDES EM CASAS PEQUENAS COM BAIXA RENDA FAMILIAR
Essa situação é comum nas periferias e nas favelas onde na maioria das casas habita: a fome, a falta de saneamento, o desemprego, a inexistência da educação formal, a falta d’agua, a impossibilidade absoluta de isolamento social e físico; igualmente assola a falta de organização comunitária, capaz de direcionar esses pagadores de impostos, explorados e marginalizados. Vamos cumprir os Protocolos da OMS.
Em nome da Saúde Pública, essa gente sofrida pode organizar-se e, ordeiramente, passar a morar em escolas públicas e privadas até o fim da pandemia. É uma forma prática e barata de salvar vidas e livrar o Brasil de exibir estatísticas vergonhosas e alarmantes. O Capitalismo está arquejando, manos, façamos sua eutanásia e implantemos o Socialismo.
REVOLTANTE! Muitas autoridades estão num estado anômico … com discursos incongruentes, de duplo vínculo. Será que o jargão “onde não vale a Força do Direito, vale o Direito da Força” vai ser posto em prática?
PARA TODA A FAMíLIA: Transforme o lar em um ambiente seguro para todos. Lidere a criação participativa de uma estrutura mínima de convivência harmônica: horário de refeição, todos com pratos feitos, comendo e conversando, mantendo a distância regulamentar; pode ser também no chão em forma de piquenique. A criançada vai adorar; desliguem a televisão e faça uma roda de conversa com direito de voz e vez para todos; leiam, desenhem, conversem, escrevam; produzam vídeos da família, registrando esse momento histórico e compartilhem com amigos e familiares; assistam a filmes juntos. Seja criativo e explore outras possibibilidades.
FUTURO DA HUMANIDADE !?
Nossas crianças e nossos adolescentes, quase sempre desassistidos em consequência dos percalços da vida, estão adorando a presença dos pais nesta quarentena. Quando a pandemia der adeus, vão ficar tristes e sofrer muito.
Malgrado os estragos visíveis, APOIO À VIDA incondicionalmente. A Economia está em “ultíssimo” lugar na minha escala de valores.
VIVA A VIDA !!!