Quando se diz que o país é atrasado, muita gente não compreende o porquê. Por exemplo, fomos o último a acabar com a escravidão.
A universidade chegou ao Brasil com atraso de séculos, seis ou oito séculos, dependendo da referência escolhida. E a universidade caminha para completar cem anos e ainda não oferece sequer um quinto das vagas necessárias ao atendimento de jovens de 18 a 29 anos.
Na formação de uma pessoa, cursar uma universidade é experiência marcante, decisiva para seu futuro, sua consciência e sua qualidade de vida, sem falar nos benefícios econômicos diretos pelo resto da vida.
Países mais ricos sabem que a educação tem tudo a ver com desenvolvimento e um curso superior faz enorme diferença. Só na vida acadêmica o cidadão completa sua formação.
A universidade tem três funções formais: o ensino, a pesquisa e a extensão. A primeira é a mais tradicional, basicamente com sala de aula, mestres, disciplinas e avaliações. A segunda é mais restrita e costuma acontecer em forma de pós-graduação, é prestigiosa para o profissional e para a universidade. A terceira, a extensão, também pouco praticada, leva para a sociedade, além dos muros, o que ela acumula de conhecimento, saberes.
Num país como o Brasil o problema é que os três estão com ações e desempenho muito abaixo de seu potencial maravilhoso. O que é uma pena! Nossa juventude, nosso futuro, precisa de todo o potencial de todos os três (ensino, pesquisa e extensão). Há tanto a ser feito, há tanto benefício a colher, há tanta necessidades e desejos a atender…
Imaginem o mundo de projetos em parcerias (com a imprensa, com o parlamento, com sindicatos e empresas) que podem ser executados neste país tão grande e diverso. Imaginem as pesquisas possíveis na biodiversidade nacional. Imaginem o quanto a qualidade de vida pode melhorar se colocarmos na universidade algo perto da metade dos jovens.
Só de pensar nasce e cresce um entusiasmo com o Brasil e com sua juventude. É a esse tipo de iniciativa que se dá o nome de ‘construir um futuro melhor’.