Seja qual for a crítica ao entendimento entre os chefes dos 3 poderes, em reunião com vistas a condução das reformas, o nome não vem ao caso. O entendimento é legítimo porque o maior beneficiado será o próprio povo brasileiro. Está claro que nem mesmo o Estado mais carente das reformas, registra unanimidade acerca das medidas a serem implementadas. Estados como o Rio de Janeiro, na situação em que se encontram as suas contas, faz manifestação pública.
A Associação dos Juízes Federais divulgou posicionamento contrário à reunião dos chefes dos 3 poderes. Não precisa dizer que as críticas anteriores eram contra a falta desse entendimento. A Bolsa e o dólar refletiam números favoráveis à confiança dos investidores a exemplo da valorização das ações no mercado. Portanto, a simples divulgação da reunião trouxe alento para os indicadores da economia brasileira. Novos cenários são projetados com mais confiança.
Foi a falta de atenção aos números do superávit primário que levaram nosso país à situação em que se encontra e ontem os jornais mostraram o pior resultado de abril, desde mais de 20 anos atrás. O Governo Central (formado por Previdência Social, Banco Central do Brasil e Tesouro Nacional) registrou um superávit primário de R$ 6,537 bilhões, no mês de abril de 2019. Sabe-se que este mês recebe o incremento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da C. S. L. L.
O governo projetou para o ano de 2019 uma meta de déficit de R$ 139 bilhões e já registrou nos últimos 12 meses um déficit de R$ 121,8 bilhões. Os contingenciamentos previstos poderão ajudar, desde que seja cumprida a proposta do Tesouro Nacional em reduzir as despesas em R$ 32 bilhões. As críticas à demora na recuperação do crescimento do PIB, decorrem da indevida analogia da crise atual com as crises passadas, que tinham origem em processos inflacionários.
Podemos afirmar que a economia brasileira está 4,3% abaixo do produto potencial. Há espaço para aumento da produção e sem risco de pressão inflacionária. Apesar de que a sugestão tenha sido manter os juros, se o Banco central quiser baixar os juros em busca desse nível de produção não haverá riscos de recrudescimento inflacionário. A melhora que se espera é na possibilidade de turbinar os números das receitas, em busca do equilíbrio, sem a busca de novos impostos.
Acerca dos movimentos verificados ontem, dia 30.05.2019, engrossado por sindicatos e estudantes, observamos o recado que as TVs mandaram acerca do contingenciamento a que o governo se obriga a promover, junto com as imagens de uma família endividada que reclamava da impossibilidade de consumir. Destacamos o endividamento das famílias, em resposta, o governo informou que iria liberar o FGTS para melhorar as possibilidades de consumo no país.
Todos os números do crescimento baixo dos mais variados setores da economia têm mostrado que o problema terá que ser atacado pelo lado fiscal, através do equilíbrio das contas públicas e, por via de consequência, a melhoria dos cenários projetados que seriam capazes de trazer de volta a confiança dos empresários e investidores. Ninguém investe em uma economia desequilibrada por questões relacionadas à política fiscal e essa política precisa de apoio.
Os números são eloquentes e a situação econômico-financeira não será resolvida sem que as autoridades usem de sua capacidade de entendimento como o encontro dos chefes de poderes.
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