A responsabilidade pelo desemprego é de todos. Por HAROLDO ARAÚJO

Economia fraca e elevados índices de desemprego não têm sido suficientes para a busca de um entendimento político. A responsabilidade da escolha de caminhos alternativos para a saída do baixo crescimento não é problema exclusivo do governante. É de todos os dirigentes públicos, parlamentares e demais classes representativas. Por que afirmo isso? O Estado é sustentado pelo povo que trabalha e paga impostos. Impossível um Estado sustentar tantos desempregados

Falta bom senso e sobra incompreensão aos muitos que resolvem os destinos da administração pública, ao aceitarem a continuidade de problemas que já nos causaram sérios estragos na economia brasileira, em passado recente. Como se pode imaginar, tamanha insensatez de tão significativa parcela de gestores. Não compreendem que não se deve transferir os problemas de nossa economia para o campo das disputas políticas, sobretudo fora do período eleitoral.

Será que precisa desenhar? Insensatez ou falta de esclarecimentos técnicos aos que decidem e não votam medidas corretivas. Ao que tenho ciência, o costume na nossa política tem sido o de ter deputados e senadores atuando como príncipes da república, como? Falam como se não tivessem qualquer responsabilidade da situação do país. Discursos em que só fazem cobranças ao poder executivo. Não foram capazes de assumir e enfrentar as crises em recentes governos.

Essa alienação dos problemas econômicos no legislativo é assim percebida, porque se sabe que há uma crise que já dura 5 (cinco) longos anos. Por essa razão justifico uma tese que poderá nos tirar de um impasse. Tanto governistas como opositores sabem que a falta de recursos alcança a sociedade como um todo. Todos sabem que essa falta de recursos não é relacionada com a atual gestão. Foram 3 governantes e, também, partidos diferentes que nos deixaram os rombos.

A coexistência com a crise brasileira por tanto tempo, não despertou qualquer sentimento ou ação proativa ao poder legislativo, ao contrário, vem barrando as ações.  Falta a coragem de assumir o compromisso de trabalhar nesse sentido, principalmente na solução de problemas fiscais. É preciso isolar dos embates políticos a arrumação de nossas contas. O Brasil está afugentando os investidores e vem contribuindo para a destruição de empreendimentos.

Como podem os debates sobre a Reforma Previdenciária se prolongarem por tanto tempo? Já estamos no sétimo mês do atual governo e a crítica que ouço é contra a paralisia no campo da economia”. Até a “Velhinha de Taubaté” já sabe que os empresários estão esperando os resultados das negociações (que parecem infindáveis) para montar os cenários possíveis para fazer investimentos. Os investimentos nos trarão a recuperação econômica e os empregos.

Enquanto o parlamento discute os mais variados temas de que discordam do governante, em questões outras, a economia fica paralisada. Esse problema poderá continuar pelos próximos 3 anos e meio que restam ao governo atual. Aquelas questões que dependam de aprovação do legislativo e permitam maior confiança dos empresários na regularização da situação fiscal do Estado, que sejam parte de uma agenda positiva para a retomada do crescimento econômico.

Peço vênia para afirmar que a discussão relacionada ao dimensionamento de um orçamento equivalente ao PIB atual, com redução de despesas, não é questão a ser levada para o campo político. Essa questão é técnica e seu enfrentamento seria de qualquer governo e de qualquer que fosse o partido. Milhões de brasileiros que não mais procuram trabalho se somam aos que procuram e não encontram. Impossível que esperem mais 4 anos para encarar esse desastre.

Entendam os nossos representantes que suas questões pessoais contra o Presidente da República sejam guardadas para o período eleitoral. Os desempregados não têm nada com isso

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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