A previsão do crescimento em 2019 já passa de 1% – HAROLDO ARAÚJO

O pico do crescimento econômico brasileiro no governo Dilma, em 2011, foi turbinado com recursos abundantes gerados pela política do Estado indutor. Some-se a isso um momento ímpar na conjuntura internacional e que favorecia aos governantes fazer escolhas. Uma das escolhas no Brasil era a realização de obras, que gerariam o aumento do crescimento pelo consumo e pelo investimento público. As duas fontes do crescimento de 2011 estão esgotadas.

O PIB per capita naquele ano era US$ 13,3 mil. As previsões são de que, para alcançarmos esse mesmo patamar, levaremos uns 9 anos. A insustentável política deixou o PIB em queda e com o desemprego em alta. Consequentemente uma maior dificuldade para a recuperação do referido indicador e mais ainda da renda média dos brasileiros. As consequências do insucesso dos programas governamentais de então, agora, exigem amplas reformas, além das já aprovadas.

Bolsonaro conta com o apoio popular e a compreensão dos seus representantes no Congresso. A violência que grassa em cidades de nações vizinhas, recrudesce no nosso continente e exige a mesma cautela. Os brasileiros ainda comemoram o que se configuraria uma saída da recessão técnica, mas estão a cobrar a melhora do indicador de crescimento econômico (PIB). Os índices da inflação ante a inesperada demanda da carne brasileira pela China é apenas um teste, sim.

Assim é a Economia, que reage às instabilidades com mudanças na demanda ou na produção, afetando os preços e os orçamentos. Não se fala em intervenção governamental para o aumento da produção para satisfazer os compradores, e diz-se: Se estabilizará. Não houve qualquer ação governamental que causasse novas expectativas ou mudanças que provocassem danos econômico-financeiros permanentes aos integrantes da cadeia produtiva! o cenário foi mantido.

Quando os fatores são inesperados, mas se dão pela lídima atuação de agentes econômicos e não pelos erros de medidas governamentais, a confiança dos agentes econômicos, investidores e consumidores não é afetada. Muito embora alguns setores da sociedade pressionem o governo para intervir, para investir, para criar estímulos e até para mudar os rumos da atual política de austeridade nos gastos, o que se constata é o retorno das cotações à sua trajetória.

Havia quem dissesse que gastar ajudaria a aumentar o consumo e este turbinaria os números favoráveis ao crescimento econômico. As políticas de gastos com esse intuito foram malsucedidas e celebrizaram os inúmeros voos de galinha. Muitas medidas tinham fins eleitorais e passadas as eleições o problema voltava. O que se deseja é a sustentabilidade ou estabilidade econômica. É bom evitar o protagonismo governamental gerador de futuras desestabilizações.

Uma estabilidade econômica se caracteriza com estabilidade de preços, juros bancários civilizados ou oscilações que não causem prejuízos econômico-financeiros aos tomadores de crédito, principalmente. Não se pode falar em crescimento sem estabilidade, assim como não se pode ter políticas que gerem desigualdades, também não podemos afiançar a volta da inflação, a maior causadora de desigualdades, pelo prejuízo dos ganhos dos menos favorecidos.

A inflação contida através da taxa de juros, também, gera desigualdades, porque aumenta a concentração de renda. Já comentamos que a próxima reunião do COPOM poderá trazer a taxa de juros para patamar histórico de até 4,5% aa. Poucos se referem à queda da inflação como um dos mais importantes fatores para melhora do poder aquisitivo e redução das desigualdades no Brasil. O atual governo pode capitalizar-se com essa conquista: Juros baixos e sem inflação.

O atual gestão se caracteriza firme na busca da confiança dos investidores e faz isso com juros baixos e sem a inflação. Ao eliminar as instabilidades vamos atrair mais investimentos no Brasil.

 

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.