Ontem, 15/04, o Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo por ocasião da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), iniciada na segunda-feira, 12/04, em formato virtual, “num momento em que este amado país enfrenta uma das provas mais difíceis de sua história”, afirmou.
Francisco enfatizou que a ressurreição de Jesus vem atestar que não podemos dar-nos por vencidos. Nossa fé no Ressuscitado nos mostra que podemos superar esse momento trágico. É preciso recompor o que foi fraturado. É preciso nos encontrar na verdade essencial, superando não apenas o Coronavírus, mas o vírus da indiferença e da conveniência que nasce do egoísmo e gera injustiça social.
Em sua análise de conjuntura, a CNBB dedicou-se a dialogar sobre o documento “O povo de Deus sofre com a doença e a fome”, apresentado pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco de Lima Soares. A análise priorizou três temas em particular: 1) pandemia, 2) economia, 3) política brasileira. Segundo o documento, o Coronavírus é um catalizador que veio aprofundar as desigualdades já presentes no mundo devido aos modelos econômicos concentradores de riqueza e por fortes orientações de governos que enfraquecem políticas sociais.
Acrescenta-se no Brasil o agravamento do colapso do sistema de saúde e a falta de assistência, impactando em outras formas de morte. “É impossível controlar a pandemia sem a manutenção de investimentos públicos, sem distribuição de renda para as famílias e pequenos negócios, essenciais para a adesão de pessoas às práticas de isolamento social”, enfatizou o documento.
O documento acusa que o Brasil segue na contramão das experiências mais bem sucedidas de combate à Covid-19. “Os indicadores econômicos e a conjuntura política apontam na direção de aprofundamento da crise econômica e sanitária. Fome, miséria e desesperança também são causas de mortes. E podem matar tantos ou mais do que a Covid-19. A crise social salta aos olhos, em especial nas periferias das grandes cidades”, complementa a análise.
Importante a compreensão e manifestação pública da CNBB nesta 58ª Conferência Geral, no momento inclusiveem que vários sacerdotes, religiosos, leigos e movimentos católicos continuam mantendo-se sectários e fiéis ao bolsonarismo, apesar de tantas evidências de sua violenta ideologia fascista, com seus resultados nefastos no campo social, cultural, econômico e político.
Pessoalmente, tenho muito presente ainda o fato de num grupo de padres no whatsapp meus artigos sofrerem rigorosa censura e serem terminantemente proibidos de publicação. A que ponto de sectarismo se chegou. Vale a pena uma investigação profunda das motivações que levam esses segmentos católicos a professarem um bolsonarismo de raiz. Ao menos, no campo das televisões católicas, como se viu, a motivação da fidelidade ao bolsonarismo são as verbas públicas. Pode ser que algo semelhante aconteça em relação às fazendas terapêuticas e outras obras caritativas, deixando-se instrumentalizar por questões de conveniência.
Mas também ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por ampla maioria absoluta, de 08 votos contra 03, reconhecer e corrigir um erro jurídico histórico, cometido pelo sistema judiciário brasileiro contra a pessoa do Presidente Lula e a sua família, bem como contra todo o povo brasileiro, uma vez que esse desatino acarretou danos irreparáveis para a política, a economia e conjunto da vida social brasileira. Desde o primeiro momento se sabia que a 13ª Vara Federal de Curitiba, sob o comando do ex-juiz Sérgio Moro (codinome Russo) era incompetente para julgar os processos envolvendo o Presidente Lula. Mas somente 05 (cinco) anos depois, apesar de terem sido impetrados recursos no TRF-4, no STJ e no próprio STF, é que o Poder Judiciário reconheceu sua aberração processual.
Por 580 dias o presidente Lula foi um preso político, não apenas do Estado brasileiro, mas como tão bem revelou o jornal francês “Le Monde”, do imperialismo estadunidense, pelas mãos da Operação Lava Jato, com o objetivo de colocar no poder um presidente de extrema-direita, orientado para levar adiante seu projeto de fratura da democracia brasileira.
No Brasil, Lavajatismo e Genocídio andam juntos,porquanto o Lavajatismo foi uma ferramenta estratégica para a consolidação do Golpe de 2016 e implantação da devastação da soberania brasileira no campo internacional(vide Ernesto Araújo), como no ambiente interno (vide Pazuello, Salles, Guedes, Weintraub, Damares e muitos outros).
No próximo dia 22 o STF retoma o julgamento, agora para reconfirmar a suspeição do ex-juiz Moro (codinome Russo) à frente da Lava Jato, que boxeouininterruptamente contra o Presidente Lula, sem paridade de armas e sem previsão legal para tal combate. Um juiz, no Brasil, julga, não combate. Mas como Russo trabalhava para o Deep State, durante cinco anos a Justiça brasileira fez vista grossa para as manipulações por ele operadas. Até o momento em que Walter Delgatti Neto entrou em cena, fornecendo lentes mais justas e transparentes para a Justiça, denunciando sua “miopia de conveniência”. Triste de um país que sua Justiça necessita das lentes de um neto. Isso não tá legal!