Uma recuperação econômica sem estímulos ou pacotes, por Haroldo Araújo

O nosso governante, Exmo. Sr. Michel Temer, deu importantes passos no rumo da nossa recuperação econômica, justiça lhes façam: Aprovou o Teto para os Gastos, Reforma Trabalhista e outros ajustes com vistas ao combate à inflação e redução dos juros bancários, mas nosso governante enfrenta denúncias que se intercambiam direta ou indiretamente com o financiamento do processo eleitoral e (ou) caixa dois como fonte de recursos.

Esse enfrentamento presidencial envolve uma grande mobilização de forças políticas e parlamentares no sentido de sua defesa mais eficaz. Desse modo, verifica-se que, ao gestor público, não resta foco (bem entendido) em ações no sentido de dar continuidade ao que foi iniciado no exato momento em que tomou posse como Presidente da República. Vale destacar que a Presidenta também nem chegou a iniciar o segundo mandato e sua situação já era pior do que a de Michel, respeitadas as diferenças das denúncias apontadas à cada um! Diferentes!

Não podemos condenar as ações empreendidas no sentido de que o Presidente possa se dedicar com disposição e foco, politicamente falando, na sua própria defesa. O que queremos fazer é encerrar essa fase e assim poder cobrar do chefe da nação o foco a que nos referimos para que reúna todas as suas forças políticas, no sentido de dar continuidade ao processo iniciado e interrompido. O povo quer trabalhar e para isso a Economia não pode parar!

Os sinais emitidos pelo governo são detectados pelo mercado de que há sim uma continuidade das expectativas de um desenlace imprevisível. Por outro aspecto há uma voluntariosa disposição empresarial que, no entanto, se mostra cautelosa. A disposição empresarial é visível com os resultados registrados. Como exemplo citamos o da pequena recuperação dos empregos formais e crescimento do emprego informal, junto com a arrecadação.

Há 19 anos não se registrava inflação tão baixa e isso eleva o poder de compra e por via de consequência um aumento do consumo. O que mais preocupa é a descapitalização das empresas que trabalham com um percentual de Margem de Contribuição no sentido de dar continuidade ao giro dos negócios e com o fim de manter a clientela. Não é nosso objetivo pedir a volta dos pacotes ou estímulos tão criticados no passado, mas apontar uma sugestão.

Observe o Presidente Temer que a nossa recuperação tem-se verificado sem a famosa edição de pacotes que caracterizou administrações passadas, mas vale destacar que o Capital de Giro das empresas se reduz com a redução da Margem mencionada acima. As empresas vão precisar de uma linha de crédito para o fim específico de repor o potencial de quantos empreendedores possam ter uma garantia de “Funding” saudável. Uma ajuda bem menor do que o do Fundo Eleitoral.

Será que ainda não deu para perceber que o melhor que se pode fazer por um povo é dar-lhe trabalho. Será que não dá para perceber que os pequenos negócios são os maiores geradores de empregos e que são responsáveis pela melhora do números de pessoas ocupadas, ainda que informalmente. Pois que Ele dirija ajuda aos formalizados porque o retorno é garantido: Um empréstimo para Capital de Giro é salutar. O que a economia precisa é de linhas de crédito.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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