A solução econômico-financeira também é política, por Haroldo Araújo

O Governo Federal sozinho não resolverá o problema surgido nos Estados e precisará de um entendimento que se constitui um novo desafio e este é relacionado à mudança de postura dos governantes e uma visão nunca dantes observada! Que visão? Uma visão para o interesse do povo, não como discurso, mas certamente com bem mais responsabilidade social. Dizia-se que tal projeto era para o povo e muitas vezes não era levado adiante { Refinaria no meio}.

Não há espaço para reinvindicações pessoais, veja o caso do ministro da cultura que prontamente entregou o cargo e saiu atirando contra o colega que não se apercebeu do novo momento vivido pelo país. Não haverá espaço para projetos paroquiais. Não haverá espaço para ações que não sejam de caráter republicano. Governadores precisam ter uma postura assertiva e altiva, voltada para seu Estado. Os Estados estão enfrentando crise fiscal grave.

O problema comum entre aproximadamente 20 Estados da Federação é a situação “Fiscal”. Evidente que outros problemas afloram, a exemplo da necessidade de ajustes para equilibrar as contas públicas. Falta dizer a alguns que a necessidade de ajustes para equilibrar contas não tem nada a ver com ideologia e muito menos com política [partidária ou não].

O professor Eduardo Gianetti em palestra recente foi claro em afirmar que ser contra o “Ajuste Fiscal” é mais ou menos como ser contra a tecnologia como é a eletricidade ou a própria Luz gerada. Infelizmente alguns não são capazes de entender ou não querem entender. A questão “Fiscal” não deve ser politizada. Identicamente ao problema de falta de chuvas na região “Nordeste” (principalmente) que vai completar 6 anos de baixos índices pluviométricos.

Levantamos a tese de que a situação dos Estados é parte importante da solução da situação da União. Dessa forma, precisam esquecer as questiúnculas e estender as mãos para um entendimento. Ainda assim, no Estado do Ceará quem foi a Brasília resolver a questão de nossa situação foi o Secretário de Fazenda { Dr. Mauro} e que no retorno já informou que há exigências para a liberação dos recursos repatriados no sentido de socorrer os Estados.

Há exigência? Pasmem senhores! O Presidente da República exige que se façam “Ajustes”. O que afirmamos: “Se a exigência é essa, então vamos receber o dinheiro”. Manchete de Jornal: “A União Quer Impor Teto de Gastos aos Estados”. Caro Governador Camilo: Não haveria imposição de teto se não houvesse necessidade e se há necessidade então não há o que discutir. Data Vênia! Receba o dinheiro. Velho conselho: “Não devemos dar trabalho para comer ou receber dinheiro bom”.

Assistindo o vídeo de pronunciamentos de govenadores participantes do encontro, a exemplo de Marconi Perillo, Pedro Taques, Pezão e Ivo Sartori pude perceber a importância do acordo em que todos se comprometem a fazer os necessários ajustes em seus Estados para receber a ajuda. A ajuda vem da repatriação de recursos que o Presidente recomendou a Meirelles distribuir com os Estados.

Em crise diferente dos Estados do Centro-Sul que não têm graves problemas climáticos como vem enfrentando o Estado do Ceará , mas os govenadores estavam lá presentes à reunião. Nós aqui acumulamos problemas, tanto isso é verdade que William Bonner no seu Jornal Nacional dedicou amplo espaço de horário NOBRE à questão do Ceará (pontualmente) e mostrou os açudes de Forquilha e Cedro já sem volumes significativos, senão o morto. Pessoas fazendo fila para receber água. Mostrou também os discursos.

Desculpe caro Secretário Dr. Mauro Filho, mas V. Excelência me faz lembrar uma reprimenda que recebi de meu pai, quando então afirmei que não precisava mais estudar porque tinha passado de ano. A resposta veio na lata: “Não tem querer não!”. E completou “ Você vai começar a partir de agora”. Assim repito o que ouvi ainda menino para Dr. Mauro: O Controle de Gastos para a realização dos ajustes deverá começar a partir de agora.

O Deputado Carlos Matos foi a Brasília encontrar-se com Tasso Jereissati e reuniu a bancada para tratar da questão da Transposição e conseguiu uma audiência pública com o Ministro Hélder Barbalho e este afirmou: Se até fevereiro não houver início do período chuvoso, então vamos utilizar o RDC (regime diferenciado para contratações), por que? Porque será permitido decretar “Estado de Calamidade Pública”.

Eu diria ao ministro Helder Barbalho que o governador Ivo Sartori do Rio Grande do Sul já decretou e que o Rio de Janeiro conseguiu situação idêntico quando o governador Dornelles enfrentou problemas com as obras das Olimpíadas Rio 2016. É preciso que o bom senso das autoridades os ilumine e principalmente ao jovem, ministro nessa difícil hora em que o Ceará atravessa o mais grave drama que a política poderia enfrentar.

E por que é grave o momento? O nosso estado tem o comando político de oposição haja vista a situação de nosso govenador que não pode mudar o discurso de uma hora para outra! Mas bem que pode, afinal é a finalidade deste artigo: Primeiro convencer que um governante tem o direito de esquecer o campo das disputas e voltar-se para a necessidade de entendimento em torno de questões que não são políticas.

Em segundo lugar, é preciso compreender que o momento a ser enfrentado exigirá muita compreensão não só do governo federal (Atenção do Dr. Barbalho), mas sobretudo de uma visão estratégica de nosso mandatário estadual. As posturas mudam em face de um novo momento a ser enfrentado.

Por último queremos dizer que a solução está na vontade política e isso exige muita humildade para voltar atrás e altivez quando necessário se faz um entendimento político em face de uma nova era da política. Um momento especial de busca da retomada do crescimento e dos empregos.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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