O que você faria se lhe deixassem uma herança assim na gestão de um país que conjugava tantos outros problemas financeiros além deste: “Inflação com Recessão”. O Plano Real estava sem seu tripé de sustentação e nossa nota nas agências de rating em queda livre. Tá bom ou quer mais? Pois bem! O Brasil foi capaz de suportar meses seguidos de contestação da indispensável mudança de rumos que já nos levara à beira do abismo.
Michel Temer é impopular e sua impopularidade decorre do diagnóstico e enfrentamento com firmeza dos problemas causados pelos elevados encargos sociais e trabalhistas que sobrecarregam nossas empresas tirando sua capacidade competitiva. Diferente dos anteriores não é? Essas mesmas empresas já são severamente tributadas para sustentar uma estrutura administrativa governamental que não cabe nos orçamentos: Municipais, Estaduais e Federais também não. Não acho que o Presidente tem sido precipitado, mas ao contrário acho até que tem sido cauteloso.
Estávamos à beira de um precipício! Governantes que não queriam ser impopulares e que antecederam ao atual , um governante que tem sido bombardeado com críticas pessoais e não de gestão. Muito me admira que façam muitas críticas à pessoa do governante e à política que vem sendo conduzida com vistas a nos tirar da vexatória situação de default entre Estados Federados e União. Um verdadeiro buraco negro que vem sugando orçamentos públicos. Um abismo sim senhor!
Ariano Suassuna ao falar da beira do abismo já dizia que nas proximidades tudo é beira. Nós flertávamos com essa ameaça durante o segundo mandato de Dilma e meses seguidos quando a disputa política testava a própria capacidade de nosso país em suportar tanta insensibilidade e alienação com debates contestatórios distantes do reais problemas que ora já nos ameaçam : Déficit da Previdência aumenta o déficit do TESOURO e BC para R$ 90 BI neste ano. Recorde em todos os novembros dos últimos 10 Anos supera R$ 30 BI de Déficit do TESOURO. Quem sabe a discussão tinha outra motivação: O Poder!
O Brasil como um todo e no Congresso Nacional (Nas duas casas) não se pensava em outra coisa e discutia-se {pasmem}: O processo de mudança do Chefe da nação e sobretudo se era constitucional a mudança e se os recursos protelatórios seguiam os regimentos das casas em que tramitava. Foram meses em que o Brasil parou! Parou por que? Parou porque os que saiam do “Poder” buscavam um discurso para salvar a pele e para justificar que não houve má gestão, mas simplesmente uma traição política. Estamos assim por causa do novo governo? Pois é!
O que se deixou de discutir (Finanças Públicas por exemplo) ficou em segundo plano e para depois! Já se foram as chances de um debate tempestivo sobre um responsável plano econômico, com vistas aos interesses maiores da nação e em busca da nossa recuperação econômica. Pois é! O que se tem registrado é que os que foram capazes de passar meses discutindo o sexo dos anjos, não foram capazes de uma visão estratégica e capaz de realizar um diagnóstico suprapartidário e exclusivamente focado nas questões que agora apontamos.
Damos graças à imensa potencialidade de nosso país, porque não sucumbiu ao tanto que opositores esticaram a corda { Pelo poder?} O Brasil aguentou bem aquele momento e mostra forças porque não sucumbiu. Não quebrou o Brasil e nem se registraram grandes e esperados agravamentos da crise social. Ao contrário, a inflação desceu gradativamente de dois dígitos para números que se aproximam da banda de flutuação superior da meta estabelecida [4,5% + 2%] .
A inflação estava em alta? Isso mesmo, estava! A inflação tinha trajetória ascendente e ao mesmo tempo quem assumiu teria também o desafio de combater a recessão! Agora que inflação cedeu e tem trajetória de queda e no momento em que o próprio presidente assume a postura de combater a falta de competitividade das empresas e corajosamente toma a dianteira de se antecipar a seus ministro mostrando os novos rumos do governo e mostra se apoio e seu pescoço em busca de uma retomada do crescimento e fim da recessão.
Observe-se que não podemos comemorar nada, exceto que já se tenha um bem definido cenário de situações a enfrentar, a exemplo da falta de recursos para sustentar elevadas folhas de pagamentos no setor público, problema que era escondido e portanto sem disposição para busca de soluções. Fato que os governantes já não podem continuar escondendo. O primeiro passo foi dado através da limitação dos gastos públicos.
Afastado os riscos da inflação, riscos estes que não que vão impedir a esperada redução do JUROS é que sugerimos a criação de linhas de crédito e mais outros instrumentos e mecanismos de apoio às empresas que poderão sim, com os estímulos que o governo bem demonstra dispor com a vontade de ampliar oportunidades no setor privado e real da economia, através de plano que visa a volta dos investimentos e assim acabar com a recessão e trazer de volta os empregos.
Portanto, um novo plano tem que ser focado na geração de oportunidades para absorver a mão-de-obra que sabemos ficará disponível com as medidas de modernização e ampliação do crédito em todas as suas formas. Esperamos novas medidas e que elas tragam de volta os empregos! Não no setor público, mas no competitivo e modernizado setor privado que certamente pode e deve ter essa responsabilidade social de forma sustentável.
Criar empregos não é função pública porque é sua função gerar as condições para a geração de novas oportunidades de negócios que trarão novas oportunidades de trabalho. Quem foi que disse que as empresas privadas não têm função social bem mais sadia e sustentável do que o setor público? Basta o governo criar as condições para isso se torna realidade. A hora de combater a recessão começou.