A prova da existência de Deus, segundo Anselmo

O HOMEM:

Anselmo nasceu em 1033 e morreu em 1109. Tornou-se Arcebispo de Canterbury, o mais alto cargo na Igreja da Inglaterra, nos últimos seis anos de vida. Filósofo, teólogo e depois santo, Anselmo foi o pensador mais importante do seu século.

AS CIRCUNSTÂNCIAS: 

Homens de fé e a própria Igreja buscavam formas de conciliar razão e fé, teologia e filosofia. Anselmo apresentou o Argumento Ontológico da Existência de Deus (aquele do qual nada maior se pode pensar). Não foi o primeiro, nem seria o último, a tentar provar a existência de Deus sem recorrer à fé, através da lógica.

A IDEIA: Leia você mesmo uma tentativa racional de provar, com argumentos, como num debate sobre a perfeição, a existência de Deus::

“ … Quando um pintor imagina o que está para pintar, tem-no no intelecto; mas não acredita que exista aquilo que ainda não pintou. Quando, ao contrário, já o pintou, tem o que pintou no intelecto e acredita que ele existe.

…Portanto, o insipiente (o inculto, o que não crê) também está convencido que existe, ao menos no intelecto, alguma coisa da qual não se pode pensar nada maior. Ao escutar isso, de fato, entende-o, e quando entende alguma coisa quer dizer que já se tem essa alguma coisa no intelecto. Ora, aquele do qual não se pode pensar nada maior não pode existir somente no intelecto.

…De fato, se existisse somente no intelecto, poderíamos pensar que existisse uma outra também na realidade, e assim esta segunda seria maior do que a primeira. Consequentemente, se aquilo do qual nada maior se pode pensar existe só no intelecto, daí resultaria que aquilo do qual o maior não se pode pensar e aquilo do qual o maior se pode pensar seriam a mesma e idêntica coisa. Isso, porém, não se pode admitir.

…Logo, existe sem dúvida alguma coisa da qual nada maior se pode pensar, seja no intelecto, seja na realidade. Não se pode pensar que Deus não exista. O que se pode pensar e que não existe não é Deus.

…Ele existe de modo tão veraz que não se pode nem mesmo pensar que não exista. De fato, é possível pensar que exista alguma coisa que não se pode pensar que não exista; esta alguma coisa é exatamente maior do que aquilo que se pode pensar que não exista.

…Por isso, “o ser do qual não é possível pensar nada maior” não pode ser pensado como não existente, pois isso seria contraditório. Existe, portanto, verdadeiramente, o ser do qual não é possível pensar nada maior”; e existe de tal forma que nem sequer é admitido pensa-lo como não existente. E esse ser és tu, Senhor nosso Deus…” 

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SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.

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