Presidente Renan Calheiros, senador do PMDB, fala em hospício e diz que seção do Senado prova que a burrice é infinita

Um pronunciamento do presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros, provocou a suspensão dos trabalhos na manhã desta sexta-feira no julgamento do impeachment. Renan exortou os senadores a colaborarem com o prosseguimento da sessão de julgamento da presidente Dilma Rousseff. Ele lamentou as discussões repetitivas e disse que a sessão demonstra um “lamentável espetáculo à sociedade”, que o Senado perde a oportunidade de afirmar seu papel democrático.

Segundo Renan, o Senado está “perdendo a oportunidade de se afirmar perante o país como uma instituição representativa da sociedade”. O presidente do Senado disse que os senadores devem ajudar Lewandowski a cumprir a missão de levar adiante o julgamento da presidente Dilma Rousseff.

— É evidente que há um processo aqui mantido para delongar esse debate, essa discussão, esse julgamento. Eu queria pedir desculpas a Vossa Excelência, pedir desculpas aos senadores, pedir desculpas ao país. Nós não podemos apresentar esse espetáculo à sociedade — disse.

O presidente do Senado afirmou, ainda, que se a sessão continuar nesse ritmo, o depoimento da presidente Dilma Rousseff previsto para segunda-feira terá de ser suspenso. Renan disse que a indução de suspeição para se transformar testemunhas em informantes só alimenta um debate que não tem fim.

— Isso é um erro, um tiro no pé. Esse confronto político não acrescenta nada absolutamente nem para um lado nem para o outro. Se nós continuarmos dessa forma, nós vamos ter que cancelar o depoimento.

O presidente fez um apelo para que os senadores cumpram o Regimento Interno do Senado e a Constituição e lamentou que a sessão demonstre uma “burrice infinita” por parte dos parlamentares.

— Os senadores terão oportunidade para falar. Depois de nós ouvirmos as testemunhas tanto de defesa quanto de acusação, cada um falará, se desejar, por até dez minutos. Antes disso, nós temos que ouvir, ouvir, ouvir, ouvir. Nós temos dois ouvidos para ouvir. Eu fico muito triste porque esta sessão é, sobretudo, uma demonstração de que a burrice é infinita — disse.

Renan também criticou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) por ter dito, na quinta-feira (25) que os senadores não tinham moral para julgar Dilma. Isto originou uma discussão no Plenário e fez o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do processo de Impeachment no Senado, Ricardo Lewandowski, suspender a sessão e antecipar o almoço.

Ao final de seu discurso, Renan falou que a senadora Gleisi não poderia ter dito que o senado não tem moral para julgar Dilma. Sob gritos de “baixaria” e de que ele queria “colocar fogo” na discussão, Renan continuou as críticas a Gleisi, o que fez Lewandowski antecipar o almoço e suspender a sessão.

— Eu não quero tocar fogo, não. Eu quero dizer que isso não pode acontecer! Como a senadora pode fazer uma declaração dessa, exatamente, senhor presidente, uma senadora que há 30 dias, o presidente do Senado Federal, conseguiu no Supremo Tribunal Federal desfazer o seu indiciamento e de seu esposo, que havia sido feito pela Polícia Federal. Isso é um espetáculo triste que vocês estão dando ao país — disse.

 

Agência Senado

segundaopinião

SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.

Mais do autor

segundaopinião

SEGUNDA OPINIÃO é um espaço aberto à análise política criado em 2012. Nossa matéria prima é a opinião política. Nosso objetivo é contribuir para uma sociedade mais livre e mais mais justa. Nosso público alvo é o cidadão que busca manter uma consciência crítica. Nossos colaboradores são intelectuais, executivos e profissionais liberais formadores de opinião.