“Nos meus cursos apresento os problemas da seguinte forma: em que o mundo seria diferente, se fosse verdadeira esta ou aquela alternativa? “
O HOMEM:
William James nasceu nos Estados Unidos em 1842 e morreu em 1910. Formou-se em Medicina. Foi o primeiro professor de psicologia no ensino superior. Destacou-se nessa área, com várias obras e, por alguns, é considerado pai da psicologia norte-americana. Nasceu rico, viajou o mundo e escreveu muito.
CIRCUNSTÂNCIA:
William James foi contemporâneo de Charles Peirce, com quem divide os primeiros momentos do Pragmatismo, corrente de pensamento que desviava o foco da especulação filosófica das causas para as consequências.
IDEIA:
“… O método pragmatista permite antes de tudo resolver controvérsias metafísicas que, do contrário, poderiam ser intermináveis. O mundo é único ou múltiplo? Admite a fatalidade ou a liberdade? É material ou espiritual? Eis alguns conceitos dentre os quais um ou outro poderia ser considerado não verdadeiro; logo, as discussões sobre eles permaneceriam sempre abertas.
…Nesse caso, o método pragmatista consiste em tentar interpretar todo conceito pelas suas consequências práticas. Eis como ele coloca o problema: admitindo que um determinado conceito seja verdadeiro e outro não, que diferença resultaria praticamente de cada um?
… Se não conseguirmos encontrar nenhuma diferença prática, concluiremos que as duas alternativas são equivalentes e que toda discussão é inútil. Para que uma controvérsia seja séria, é preciso poder demonstrar qual consequência resulta necessariamente do fato de que somente esta alternativa é verdadeira.
…Logo, com o escopo de alcançar a perfeita clareza acerca das ideias relativas a um objeto, devemos considerar unicamente os efeitos de caráter prático que ele, a nosso juízo, é capaz de determinar, as impressões que devemos esperar dele, as reações para as quais devemos estar preparados. O conceito que fazemos de um objeto quando não é desprovido de qualquer significado positivo se reduz, portanto, aos conceitos desses efeitos imediatos ou remotos. Este é o fundamento do Pragmatismo proposto por Peirce.
… Nos meus cursos universitários tenho o hábito de apresentar os problemas da seguinte forma: em que o mundo seria diferente, se fosse verdadeira esta ou aquela alternativa? Quando não posso descobrir nenhuma diversidade, julgo que a oposição entre as duas ideias não tem nenhum significado. Em outras palavras, o significado prático dos conceitos, num caso desse tipo, é o mesmo: ora, para nós, uma ideia não tem nenhum outro significado exceto esse caráter prático.
…Toda a função da filosofia deveria consistir em descobrir o que seria diferente para vós e para mim, em determinados momentos da vida, dependendo de que fosse verdadeira esta ou outra fórmula do universo…”