As fortes quedas de crescimento da economia chinesa nos últimos anos vêm acendendo um alerta ao governo sobre o que será da economia nos próximos anos. A política do filho único adotada em 1979 pelas autoridades de planejamento familiar impediu que casais tivessem mais de uma criança e causou impacto na sociedade e na economia. E o encerramento dessa política parece ser uma das medidas para tentar reverter um cenário de reduções ainda maiores a médio e longo prazo.
Hoje a Taxa de natalidade é uma das mais baixas do mundo, fazendo com que o envelecimento da população preocupe. Para alguns “será a primeira economia a envelhecer antes de tornar-se mais rica”, pois se estima que, até 2050, mais de um quarto da população terá mais de 65 anos. E esse envelhecimento gera ainda mais temores sobre a desaceleração da economia, visto que o número de pessoas em idade ativa diminui e a proporção entre contribuintes e pensionistas continua a cair. Como não se tem uma política nacional de previdência, e sim apenas alguns programas regionais esparsos de aposentadoria, teme-se que não haverá recursos suficientes para arcar com os mais velhos, o que pode gerar pressões sobre o governo no futuro.
Outro desequilíbrio se deve à relação de gênero. Pois se gerou uma preferência por filhos homens, provocando, hoje, um enorme descompasso entre o número de homens e mulheres. Face, também, ao elevado índice de abandono de meninas em orfanatos, e abortos seletivos de acordo com o sexo do feto e até casos de infanticídio feminino.
Um dos fortes objetivos da mudança está relacionado à busca de mais nascimentos para aumentar o número de trabalhadores, dada à dificuldade de converter a estrutura produtiva para um formato mais intensivo em capital. Bem como direcionar também o crescimento da economia ao consumo, e que para isso devem estar atreladas a políticas para elevação do salário e do crédito.
No curto prazo, a mudaça já deverá impactar a economia, principalmente setores relacionados ao segmento infantil, que vem sofrendo ao longo dos últimos anos.