O desastre de Meirelles-Goldfajn-Temer não é um caso de ignorância, por Capablana

O criador de cavalos chegou próximo de seu objetivo algumas vezes. Ele queria ensinar seu cavalo a viver sem comer. Infelizmente, por algum fator que ele não controlava, o cavalo sempre morria quando se aproximava do objetivo. Essa ideia sempre me ocorre quando penso nos políticas econômicas que querem recuperar o crescimento através de programas de austeridade, caracterizados por corte de gastos públicos e austeridade monetária, o já famoso austericídio.

Mesmo as instituições, tipo Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional, que impunham e avalizavam essas propostas para os países menos desenvolvidos durante décadas e independente das peculiaridades de cada país, mas sempre com resultados medíocres ou negativos, já fizeram uma autocrítica e um “mea culpa”, e passaram a recomendar o inverso.

Aqui pelo Brasil, o criador de cavalos tem no governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, o seu principal discípulo e evangelista. Os membros do PSDB e os ditos “economistas de mercado” o saudaram como o novo paradigma de gestão pública até que o Estado entrou em colapso e deu um vexame ao vivo e a cores para todo o Brasil. Pois é, o cavalo sempre morre antes de aprender a viver sem comer.

Agora é a dupla Meirelles-Goldfajn que aplica, sob os auspícios de um presidente fraco, medíocre e ilegítimo, uma política de austeridade agressiva para uma economia em pedaços, que teve a sua confiança completamente destruída depois de três anos de campanha negativa intensa de seus líderes e de toda a imprensa.

O que esses senhores estão fazendo com o País lembra aquelas cenas de filmes sobre a Idade Média. Pessoas doentes e fracas, em seus leitos, sendo submetidas a jejum e sangria. Como não melhoram, tome mais jejum e mais sangria. Com uma diferença: naqueles velhos tempos, o problema era a ignorância. Não é de ignorância o caso de agora.

Capablanca

Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.

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Ernesto Luís “Capablanca”, ou simplesmente “Capablanca” (homenagem ao jogador de xadrez) nascido em 1955, desde jovem dedica-se a trabalhar em ONGs com atuação em projetos sociais nas periferias de grandes cidades; não tem formação superior, diz que conhece metade do Brasil e o “que importa” na América do Sul, é colaborador regular de jornais comunitários. Declara-se um progressista,mas decepcionou-se com as experiências políticas e diz que atua na internet de várias formas.