A senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) criticou o clima de “vale-tudo” que cerca o processo na Câmara dos Deputados para o impeachment da presidente Dilma Roussef. A senadora apontou como um dos aspectos a “guerra de números” com base em levantamentos de intenção de votos que os meios de comunicação fazem diariamente. Mesmo não tendo os necessários três quartos de votos,explicou, os chamados “golpistas” manipulam dados para tentar passar a ideia de que já são vitoriosos.
“Isso é parte do jogo, isso é parte da guerra de guerrilha em que tentam criar falsamente uma onda e mostrar que há uma onda desfavorável à Presidente e favorável àqueles que defendem o impeachment. Ou seja, tentando criar uma sensação de vitória para aqueles que estão do lado de lá e promovendo, assim, o terrorismo psicológico, sobretudo nos parlamentares”.
Vanessa chamou presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de “muso do golpe”, e informou que Cunha não possui “moral” para conduzir o processo, pois sobre ele “pairam não só suspeitas, mas acusações gravíssimas, provas robustas” de crimes.
A parlamentar ainda acusou Eduardo Cunha de adotar atos não usuais, antirregimentais ou ilegais com a intenção de ampliar a pressão sobre os parlamentares. Um das medidas foi marcar a sessão de votação do processo para um dia de domingo. A outra foi adotar ordem de votação da Região Sul para Norte, começando por onde há mais intenção de votos contra a presidente, quando as normas só preveem de modo inverso ou a simples ordem alfabética. Quanto a esse ponto, a senadora disse que Cunha acabou recuando.
“Ele próprio entendeu que ficou flagrante demais, descarada demais essa manobra, que agora está tendo que desfazer. Mas isso é que representa o vale-tudo”.