“…Seu Antõe Geraldo,/ Nosso Boi morreu,/ Quebrou o pescoço/Na beira do poço./ Quebrou a costela/Lá pela cancela./Morreu foi de fome,/Mas porém se come./ Morreu de tingui,/Lá no Piauí./Mas agora o Boi/Vamos repartir./Do meu Boi o caldo/é do seu Reinaldo./E do Boi a mão/é do seu João./Do meu Boi o dente/é do Presidente./Do Boi a gula/vai pro velho Lula./O chifre direito/fica pro Prefeito,/E o corredor/pro Governador./ E do Boi o ovo/vai para esse povo./A tripa gaiteira/vai pra moça solteira./A tripa mais fina/vai pra menina./ A tripa cagada/pra mulher casada./ E o sobrecu/vai pros urubus./Do meu Boi o rabo/vão pro Diabo./Do meu Boi o fundo/vai pro vagabundo./E o mocotó/vai pra sua avó./E do Boi a testa/vai pra quem não presta./E do Boi o figo/vai ficar comigo./Costela mindim/vem também pra mim…”
(Trecho do livro TEATRO COMO ENCANTAMENTO – Bois e Reisados de Caretas, de autoria de Oswald Barroso, Armazeem da Cultura, 2013)