No Brasil somos recorrentes em olvidar os alertas, por Haroldo Araújo

Por que precisamos arrumar nossas finanças? Porque a dívida pública cresce de forma que se aproxima do PIB (Produto Interno Bruto). Os analistas observam que há uma tendência mundial de aumento do endividamento das nações. O Brasil se destaca entre os emergentes nesse quesito. As estimativas do Banco Central do Brasil são de que essa participação da dívida no PIB será de 78% em 2018 se computarmos a devolução de R$ 130 bi do BNDES ao tesouro.

Um dos alertas é do eminente diretor do departamento fiscal do FMI (Fundo Monetário Internacional) e versa sobre essa perigosa evolução da dívida dos países em relação ao PIB. Aqui no Brasil, essa perigosa relação pode alcançar 96% em 4 anos. Somos uma nação que é useira e vezeira no descontrole orçamentário. Não é de agora que se alerta para a redução dos gastos, que os governantes – ainda no poder e antes da crise – agora opositores, nada fizeram.

Enquanto as Instituições de controle apontam correções a serem feitas, os governistas e opositores trocam acusações. Estão ocupados com uma verdadeira “vendeta” partidária, ideológica e destruidora do bom senso! Bom senso que esperamos de nossas autoridades. Uma política ruim em que dois partidos PT e PSDB se alternam no comando da nação com ajuda de um terceiro partido o PMDB que tem sido capaz de se aliar à quem estiver no poder.

A polarização é radical e se sobrepõe aos verdadeiros interesses da nação. E vamos deixando tudo para depois, sempre a cargo do próximo governo. Os parlamentares entendem que a iniciativa tem que ser do executivo, para então barganhar com seus pleitos às vezes pessoais. Diferente do Brasil, o bom senso já fez com que até países desenvolvidos da União Europeia se modernizassem para a competitividade num mundo também competitivo e globalizado.

Certamente que os desenvolvidos estão sem um líder competente no campo das finanças. Os EUA já não lideram e nem se solidarizam com ninguém e exibem situação próxima do pleno emprego, em descompasso com as agruras dos demais em desenvolvimento. O que faz o TRUMP? Sobretaxa os importados com política protecionista. O Presidente dos EEUU reduziu a carga tributária em montante que se aproxima de US$ 1 Trilhão.

Vale esclarecer que o governo americano “tem pano para as mangas”, por que? Porque é o estado emissor da moeda de reserva da maioria das nações, inclusive dos BRICs, Brasil no meio com US$ 380 Bi. Esta reserva tem muita importância se acaso enfrentarmos uma crise cambial, mas não é essa a avaliação dos analistas que falam de uma grave crise decorrente do alto endividamento público da maioria das nações desenvolvidas e em desenvolvimento.

Por essas e outras razões é que precisamos continuar alertando os governantes de nosso país, presidente e governadores para que se conscientizem que não haverá quem socorra ninguém, se cessarem os bons momentos por que ainda passa a economia. Sendo esse o momento para organizarmos nossas finanças enquanto as políticas internacionais protecionistas numa verdadeira guerra fiscal não mostrar seus efeitos. O presidente a ser eleito é quem vai sentir.

Assim sendo, estou de pleno acordo com o Dr. Roberto Mendonça de Barros, que afirma ser oportuna a formação de um “Colchão Fiscal” para não sofrermos com o que haverá de enfrentar o futuro Presidente do Brasil a ser eleito em 2018 e respectiva posse em 2019. O Brasil costuma não levar a sério as advertências que recebe, principalmente naquilo a que se refere a cuidados com as Finanças Públicas. Precisamos ser mais proativos dessa vez!

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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