Nenhuma fronteira ao capital e a volta das PPP s, por Haroldo Araújo

É preciso olhar com atenção para os novos horizontes e questionar nossas escolhas. As opções se apresentam e apontam novas alternativas aperfeiçoando caminhos. É bom que os gestores públicos participem dos fóruns econômicos como fazem os chefes de estado em Davos na Suíça fundado por Klaus Schwab, no alto dos seus 78 anos, muito ativo e afirmando: “Pena que a globalização tenha se transformado em bode expiatório dos problemas do mundo”.

Com Trump nos EUA e o BREXIT na Europa, essa hostilidade é manifesta. Há uma evidência mais forte ainda de que a onda protecionista foi capaz de afetar os negócios, tudo na direção contrária à ideia integracionista dos blocos econômicos. Nações se voltam para dentro de suas fronteiras com prejuízos que os chefes de estado não vislumbram dimensionar as potencialidades e inconveniências. Nosso país não se acomoda e corre atrás de investidores!

No que pesem as queixas de Schwab acerca dos seus desencantos que incluem o populismo, o mundo econômico vive um momento de boas expectativas com a China crescendo 7% e os EUA com uma agressiva política de expansão econômica que inclui a redução da carga tributária. Michel Temer em Davos quer atrair R$ 130 Bilhões em investimentos para o Brasil, exibindo controle da inflação e uma invejável carteira de variadas oportunidades de negócios.

Não somos xenófobos e somos um país democrata com potencial reformador e que foi capaz de mostrar maturidade em recente crise que não se deixou dominar por discursos contrários às nossas tradições de um povo que preza a ordem institucional. Enfrentamos 3 anos de severos desafios nos campos político e econômico-financeiro e, para esse enfrentamento, fizemos escolhas. A escolha exibe ao mundo a nossa segurança jurídica e institucional.

As reformas em curso, mostram de forma indiscutível que o Brasil é o destino certo para os investimentos seguros. A reforma da Previdência será apresentada e votada ainda em fevereiro de 2018 e esse tema mostra que saímos de uma crise provocada por governos incapazes de descobrir a tempo o erro desses caminhos que não condizem com a vontade popular (não é igual ao populismo), precisamos recuperar os empregos perdidos.

Empregos perdidos até para países vizinhos. O Paraguai por exemplo com uma política que inclui baixo custo de produção e eleva a competitividade. Não podemos deixar de observar que a briga com o desemprego estrutural, aquele em que quanto mais se investe na modernização da produção mais postos de trabalho são eliminados, não se coaduna com uma política protecionista e muito menos populista. Precisamos reduzir nossos custos!

Cabe aos “Chefes de Estado” compreender onde se situa a competitividade de cada nação:Elas são bem diferentes. Os Estado Unidos podem sim ser imitados no que oferecem de bom e o que mostram é que a sua luta com o gigante chinês pela hegemonia econômica mundial está centrada na redução da carga tributária. Podemos começar reduzindo nossos custos com as reformas que os componentes da zona do EURO já fizeram na questão previdenciária.

Em 2017 batemos todos os recordes no setor agropecuário e em 2018 vamos leiloar novos campos de exploração de petróleo. Estamos com capacidade ociosa pela falta de modernização da produção e oferecer preços competitivos. Precisamos contar com um governo capaz de entender que nosso povo quer trabalhar e essa oportunidade deverá ser oferecida através de políticas públicas modernas e eficazes e em parceria se for preciso.

As chamadas parcerias público-privadas, infelizmente demonizadas, seriam uma saída para a participação governamental na criação de oportunidades, quando for do interesse público.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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