Diretas agora são inconstitucionais e pura demagogia. Não há tempo nem justificativa para mais esse tipo de populismo. O que o país precisa é de alguém que possa assegurar ao mercado a credibilidade e a agilidade necessária para passar no Congresso Nacional as reformas trabalhista e previdenciária e garantir a continuidade das mudanças que estão acontecendo no nível administrativo, de forma discreta, mas eficaz – leia-se o enxugamento da máquina, dos custos e das estatais (Petrobrás, BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Correios e outras menores) e a abertura mais larga nas áreas de saúde e educação. Os passos seguintes serão a privatização nos níveis federal, estadual e municipal, para o que precisamos atrair os investidores. Por isso, é tão importante a recuperação da confiança e a reconquista do grau de investimento.
Neste momento em que o trem saiu dos trilhos, é preciso descartar a carga inútil e desnecessária. Mas é indispensável seguir a viagem. Tocar em frente, absorvendo as perdas e encarando como naturais do processo histórico os danos colaterais inevitáveis. O presidente Michel Temer, para usar uma linguagem típica do mercado, já foi precificado – é hora de realizar o prejuízo, como se fala abertamente desde quinta-feira. Tchau, querido!
Não precisa de eleições diretas, nem mesmo de indiretas. Segue-se a Constituição e bota lá o presidente da Câmara dos Deputados, perfeitamente afinado com “a ponte para o futuro” e com as reformas que o mercado espera.
Não há tempo a perder. Depois disso, é tratar de 2018, este sim, um momento decisivo de verdade.