Empiricamente são comprovadas as teses de que juros altos reduzem a demanda agregada (demanda total de bens e serviços numa dada economia em certo momento), portanto ficamos acertados que os juros altos desaquecem a economia, mas moderam a inflação até mesmo como decorrência da queda dos negócios. Todavia, a tese tem sido na atualidade motivo de contestação por renomados cientistas e pesquisadores de grandes universidades, como veremos adiante.
O raciocínio contrário acerca dos juros {pela lógica} nos levaria então a entender que juros baixos elevariam a demanda agregada, aquecendo a economia, mas com o viés de turbinar a inflação. Muitos governantes não entendem que na ciência econômica não são permitidos atalhos, a exemplo de tentar baixar juros sem que a situação seja de tal modo a se obter uma taxa real positiva, conquanto as taxas negativas sejam uma práxis em algumas economias e sem efeitos colaterais.
Um texto de André Lara Resende fala com cautela na possibilidade de que os juros altos por muito tempo têm efeito contrário aos comumente esperados, a exemplo de contenção dos efeitos inflacionários em consagradas medidas de política monetária como é a elevação das taxas. Ele faz menção ao fato de que nos EUA elevou-se a base monetária de forma brutal (quantitative easing), sem que tenha havido registro de inflação como consequência.
Os brasileiros têm propensão ao consumo e isso é cultural, assim como no Japão as famílias detêm as mais altas taxas de poupança no mundo, mesmo com juros “Zerados”! Como consequência dessa falta de poupança (Pública e Privada) porque gastamos mais do que arrecadamos, também não temos investimento, senão com poupanças externas ou tomando empréstimos para investir.
A taxa de juros reais [no Brasil} beira os 7% e é das mais altas do mundo e continuará alta enquanto não houver uma sinalização de que a política de controle de gastos públicos é vontade da nação, a exemplo da reforma previdenciária que tem sido um dos gargalos para determinação do fim dos elevados déficits então registrados. O pesquisador da Universidade de Columbia e autor do Plano Cruzado André Lara Rezende foi contestado por renomados economistas como Samuel Pessoa e Marcos Lisboa acerca da sua tese.
No entanto, todos os economistas e pesquisadores de universidades locais são unânimes em afirmar que estão de acordo com o pesquisador da Universidade de Columbia (também brasileiro), André Lara Rezende com a ressalva: “Enquanto não houver um “Equilíbrio Fiscal”, não haverá possibilidade de que se tenha sucesso em políticas monetárias. Portanto, esse consenso vai ao encontro do pensamento da atual equipe econômica que busca esse equilíbrio.
Sabe-se que o insucesso do governo anterior na política de controle inflacionário foi decorrente da inobservância desse consenso de grandes economistas, que entende que em políticas monetárias a força dos juros no combate à inflação perde sua eficácia quando não observa uma política fiscal adequada e o mais adequado é promover o equilíbrio das contas públicas.