A importância do mercado de ações no Brasil, por Haroldo Araújo

A democratização do capital nas empresas pode ser um dos caminhos mais importantes para a expansão dos negócios e se constitui em uma das mais eficazes formas de capitalização. Uma empresa que abre seu capital terá acionistas e parceiros dos resultados. É diferente de buscar recursos pela via dos empréstimos, porque terá um credor implacável que lhe cobrará juros em qualquer situação de resultados nos negócios.

Tanto as empresas do setor real da economia quanto as do setor financeiro poderão abrir seu capital e por esse motivo serão fiscalizadas pela CVM –Comissão de Valores Mobiliários no sentido de que sua atuação seja pautada pelas normas do mercado de capitais, e isso é segurança. Os aplicadores gostam de liquidez e assim é que a B3 (União da CETIP e da BM&F BOVESPA) mantém pregão (eletrônico) diário e oferece cotações de mercado.

No momento em que o governo amarga déficit orçamentário é natural que se reduzam as chances de que possa destacar recursos financeiros para projetos de financiamento de expansão, capital de giro ou novos empreendimentos em áreas que necessitam de investimentos. A nossa bolsa B 3 é supervisionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) uma autarquia ligada à Fazenda, mas com autonomia de gestão.

O mercado de ações no Brasil tem mais de 100 anos e se constitui em fator de potencialidade no campo econômico-financeiro no Brasil. A democratização do capital fortalece o segmento de renda variável de nosso mercado financeiro. Sem sombra de dúvida os chamados: IPO (s) (Initial Public Offering) ou lançamento no mercado primário de ações, injeta recursos diretamente na empresa e, portanto, na economia. Essa forma de captação é a escolha que oferece menor risco e a que menos onera as empresas carentes de recursos para investimentos.

A nossa democracia se funda na alternância de poderes e as “Instituições Públicas” não podem ser personalizadas senão em termos das alternativas que a gestão ética oferece. Assim é que a necessária supervisão se pautará pelas regras e normas previstas e de modo a serem consagradas em credibilidade e confiabilidade como tem sido há mais de um século a bolsa brasileira. A B3 tem um compromisso com o Brasil, com os clientes, com a inovação e o constante desenvolvimento do mercado financeiro e de capitais.

Em artigo de professor do INSPER, Dr. Michael Viriato, a valorização do IBOVESPA em janeiro deste ano foi de 11%, acompanhando uma alta de 5% do índice americano S & P 500. Evidente que ainda neste mês de fevereiro um “Crash” relâmpago nos EUA elevou as incertezas. Entretanto, argumenta o professor que o mês de janeiro carrega (historicamente) o estigma da previsibilidade para os meses restantes do ano. O professor apresenta dados de seus colegas professores John McConnell e Michael Cooper acompanhado de gráfico que comprova a tendência.

Uma observação da análise do professor do INSPER sobre o mercado de ações: “Anos eleitorais são marcados por fortes volatilidades”. Adiante o professor completa: “ Nas últimas sete eleições, em apenas dois anos tivemos valorização positiva em janeiro”. Estamos com juros em 6,75% a.a. e com sinais do COPOM de que podem cair mais um pouco. A inflação está em baixa e temos claros sinais de recuperação do crescimento, portanto tudo a favor de IPOs.

Estamos em particular momento que favorece o lançamento de IPO (s), conquanto os empresários não tenham-se convencido que essa é a melhor forma de se financiar os investimentos e ampliar os negócios, porque é evidentemente um campo pouco explorado.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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