Um novo ministro ortodoxo, com super-poderes e com autonomia sobre a escolha de todos os comandados da área econômica. E ainda a absorção do Ministério da Previdência. Leva a crer que tudo que tinha exigido de Lula e Dilma para assumir o cargo foi-lhe dado por Temer.
Os desafios não são nada fáceis de serem alcançados. Visto que terá de criar mecanismos em um curto prazo para retomar o crescimento da atividade econômica, além de recuperar investimentos e emprego. Será necessário demonstrar capacidade real de consertar as contas públicas. A euforia com sua nomeação e de sua equipe, passa rápido e o mercado vai exigir um direcionamento rápido na solução dos problemas.
Junta-se a isso a necessidade de devolver a inflação para os limites da meta. E um grande desafio de reequilibrar as contas públicas, com quedas seguidas de receitas e crescentes elevações de despesas. Outra dificuldade está em renegociar a dívida dos estados que fora repassada pelo STF, sobre a forma de cálculo, e que parte dos governadores aliados ao novo governo estão também com suas contas no vermelho. E ainda fazer a verdadeira reforma da previdência que gere a possibilidade de um equilíbrio para o futuro.
Ou seja, para ter sucesso deverá afetar a todos. Deverão ser medidas duras, que vão desde a possibilidade de novos impostos como a recriação da CPMF, como redução de direitos trabalhistas. Bem como possíveis embates aos interesses do parlamento.
Demonstra ser um profissional exigente e que cobra resultado com rigor e até certa impaciência de sua equipe. Suas medidas deverão estar relacionadas às necessidades de intervenção após identificarem os diagnósticos. Daí surgem grandes indagações: será que terá capacidade de convencer o parlamento das medidas? Mesmo que impopulares? E teria ele interesse de se cacifar a candidato em 2018, caso consiga rever o cenário da economia brasileira?
