Gênio da noiva provocou o fim do casamento, por Haroldo Araújo

Dilma seria a noiva e o PT o noivo. Um casamento que poderia ter dado certo se o padrinho deste casamento [Lula] tivesse percebido que não é porque soubera conviver a três como em seu segundo mandato com PT e PMDB, que Dilma reeditaria essa felicidade matrimonial.

Perguntada pelo repórter do SBT em recente entrevista se ela Dilma se sentia traída? Respondeu que sim, totalmente! Acontece que o esquema de governo do primeiro mandato de Dilma vinha dos acordos feitos por Lula e que Dilma aceitou porque era o meio para a eleição e a reeleição também.

Quando dizemos que o gênio da noiva foi decisivo para o fim dessa linda história que não deu certo, deixamos de esclarece que o PMDB nunca deveria ter sido visto como um intruso na relação a 3 (três). Essa relação de Dilma com o PMDB tem a ver com a falta de compreensão do PT que não imaginava que Michel representando seu partido tinha interesse no bom resultado da gestão.

Lula dizia que o PT já tinha a Presidência e com ela poderia se dar por satisfeito e deixasse os cargos para os demais apoiadores. Acontece que o PT entendendo que tinha a Presidência e assim sendo teria que governar também e isso significaria apontar os erros e os novos rumos.

Paulo Paim não entenderia que Dilma precisava arrumar as Finanças e que os ajustes que Ela enviava para aprovação no Congresso daria, certamente, a todos muito mais fôlego (individualmente) no poder, mas esse poder é que já estava acabando. O Casamento ia mal.

O PMDB tinha Paulo Skaf que era Presidente da FIESP e os empresários não suportariam uma CPMF para cobrir rombos orçamentários. A proposta de reduzir despesas e obrigações das empresas passava pela redução das folhas de pagamento (via controle de gastos)…Como convencer os trabalhadores e sindicalistas?

Falava-se até em redução de encargos! E isso o PT representado pelo líder (já não tão carismático) como “Presidente de Honra” e padrinho da noiva não aceitaria ou até que sim, mas a “companheirada” não! Não queriam encarar a desdita impopularidade que fatalmente amargariam!

O agravamento da relação se deu quando começou a faltar as coisas em casa: Em casa que falta pão, todos gritam e ninguém tem razão…Assim não tem casamento que resista. Como se diz vulgarmente: O lado mais sensível na família é o bolso. E o gênio forte de uma Chefe de Governo que não leva desaforo para casa não toleraria desaforados cobrando a toda hora por mais dinheiro.

Acho até que a “Presidenta” tentou contornar os pleitos que, infelizmente, se avolumavam e as emendas liberadas não acalmavam suas bases insatisfeitas. Destacando que o costume ainda era esse: Acalmar com liberação de “Emendas”. O “Orçamento Público” estourado e a inflação teimosa se juntavam às duras medidas para controle inflacionário e que iam na contramão das necessidades de retomada do crescimento que igualmente não chegava aos patamares cobrados pelos empresários.

Na entrevista ao repórter Kennedy Alencar: Dilma não soube ser política e apontou o seu partido como responsável pelo caixa dois {Um tiro no próprio pé}. Imagine então que, para quem pretende obter o voto de seus companheiros contra o Impeachment, tomou o caminho errado,

como? A NOIVA criticou o NOIVO! vai perder mais apoios dos poucos que restam de um casamento desfeito.

À exceção de uma dúzia e meia de senadores compostos por integrantes do PC do B, PDT e PT que mostram a disposição de preservar o partido e que se espera se vão ou não dar um voto contra a cassação no dia 30 de agosto, já se contabiliza em torno de 63 senadores que deverão votar pelo Impedimento.

Restará à nossa Presidente buscar uma saída honrosa para preservar sua biografia e meteórica passagem na Política Brasileira. Lembro de Ulisses que indagado porque Dante de Oliveira (Diretas Já) e político a quem Ulisses apadrinhou em seu casamento lhe fazia críticas e Ele sabiamente respondeu à Imprensa: ““Esse rapaz está trocando as bolas, porque eu entrei na igreja com ele, na condição de padrinho e não de noiva”.

Faltou a habilidade de um Ulisses Guimarães na noivinha do PT ou sobrou gênio forte.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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