Diferenças profundas e irreconciliáveis na política, por Haroldo Araújo


Políticas partidárias à parte, Fernando Henrique Cardoso realizou muito e deixou feitos e conquistas, Plano Real e Responsabilidade Fiscal, este último feito como desconforto de alguns, abriu espaço até demais para as críticas: “Só não erra quem não faz nada”. Fora do poder o Ex-Presidente tem-se mantido com discreta participação na política! Recentemente escreveu artigo que foi capaz de mudar rumos do partido ao apoiar o que disse o Presidente interino: Senador Tasso Jereissati ao sugerir o desembarque do PSDB do Governo Temer. E no que deu?

Aécio Neves destituiu Tasso Jereissati da Presidência do PSDB sob a alegação de que Tasso havia se lançado candidato à presidência do partido e então o pleito eletivo perderia a equanimidade em desfavor de seus concorrentes ao cargo. O fato é que Aécio tem divergências com o que pretende ou pretendia o destituído senador Tasso e ao que se sabe: Aécio concorreu à Presidência da República no comando do PSDB e como presidente do partido. Faça o que eu digo e não faça o que eu faço? Perguntamos: Ele pode? Tasso não. Dois pesos, duas medidas.

A jornalista Cristiana Lobo em programa televisivo afirmou que Aécio foi o tucano que mais trouxe votos para o partido em eleições presidenciais e agora é o que acumula maior percentual de rejeição. Repito as palavras de José Serra: Só um Psicanalista para entender o partido. Serra foi retrucado por Aloisio Nunes (chanceler) integrante da base governista: “O Psicanalista vai enlouquecer”. O que disse Jereissati? “É mais importante a gente estar unido à voz das ruas, do que apegado às benesses do poder”. Acho que o Chanceler deve estar arrependido!

A voz rouca das ruas continua pedindo ações republicanas! Tasso falou em “diferenças éticas” quando foi destituído por Aécio Neves. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais e a moral orienta o comportamento humano em face das normas instituídas pela sociedade. Recentemente houve um severo debate na mídia acerca do que era (ou não) considerado por alguns como ofensivo! O pensamento de um grupo social mais erudito foi confrontado com o de outros grupos mais amplos da sociedade como um todo. Então tá!

Não só na política, todos associam a questão ética à moral. As duas (ética e moral) serão responsáveis pela solidificação das bases de orientação da conduta de nossos homens públicos, de tal modo que busquem a perfeita atuação com amparo em virtudes como: Altruísmo e Caráter. Valores como a honestidade, a bondade e o respeito determinam o sentido de moralidade individual. Percebe-se um movimento no sentido da erosão do caráter? Sim e isso é mundial disse o Dr. Lawrence Reed Presidente do Instituto Americano for Economic Education.

Volto às citações de Tasso Jereissati: Fernando Henrique, Mario Covas, Zé Richa e Franco Montoro para afirmar que são nomes que se tornaram referências importantes no partido e que o PSDB que o destituiu e que não quer desembarcar do governo não é o desse grupo com quem se identifica. Certamente também não será, se não mudar, o partido que melhor representaria a grande maioria do povo brasileiro que empunha as bandeiras da moralização e da ética no serviço público. Pode-se constatar que essa bandeira do povo não será apenas mais um tema nas eleições de 2018. Será “Importante”? O Ministro das Cidades Bruno Araújo se demitiu.

Podemos afirmar que o próximo pleito será muito bem diferenciado dos demais em seus temas em discussão e não se terá destaque só para a situação econômica como já foi no passado. O tema principal pode até ser a nossa crise, mas será principalmente discutida a questão Moral e Ética que já vem sendo apontada por Tasso Jereissati como fundamento de diferenças irreconciliáveis até dentro do partido em crise de identidade: As diferenças são profundas!.

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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