Como será que pensa a nova equipe econômica sobre o déficit público, o aumento do funcionalismo e possíveis novas concessões do governo?
Parece muito estranho. Numa semana o governo afirma a existência de um enorme déficit público de mais de 170 bilhões de reais, e poucos dias depois vem reajustar parte significativa dos servidores federais, o que incorrerá em gastos de quase R$ 60 bilhões nos próximos quatro anos. Não que essas reinvindicações dos servidores públicos sejam ilegais. O que se aborda neste momento é a necessidade de um equilíbrio fiscal e de um de arrocho que toda a sociedade está passando, dada a forte crise econômica que já chega aos lares de mais de 11 milhões de brasileiros desempregados.
Decisão esta que não teve o acolhimento da nova equipe econômica. Mostrando mais uma vez que os interesses e decisões políticas sobressaem no governo, independente de quem esteja no comando. Nesse gesto, que parece eminentemente político no afã de acalmar parte da população, que poderia ir as ruas criticando o novo governo e gerando instabilidades neste.
A pergunta que se faz é como e onde fica o posicionamento da nova equipe econômica? Assumira dando sinais de autonomia, e gerando no mercado e todo ambiente econômico a certeza de que teria um pulso forte sobre a condução dos graves problemas que atravessa nesse momento de retração econômica, instabilidade nas contas, nos preços, no câmbio, no juros, no emprego, etc.
Pois ficará difícil de explicar a necessidade de uma reforma previdenciária que deverá imputar mais sacrifícios ao trabalhador. Bem como a elevação ou criação de novos impostos como a CPMF, que a cada dia que passa demonstra que será criada, seja agora ou mais à frente.
Como explicar que no momento em que o governo diz que deve cortar gastos, cria novas despesas? Fato esse que pode dificultar a aprovação de medidas junto ao congresso, bem como de difícil convencimento popular. E se indaga, se as medidas duras serão a todos, ou quem serão os próximos beneficiados? Quais serão as novas concessões?