“…Na Era Social-Desenvolvimentista, iniciou-se uma fase na história bancária brasileira caracterizada pelo acesso popular à cidadania financeira, isto é, a bancos e crédito. A “bancarização” avançou no Brasil, chegando a 72,4% em 2008, quando era menos da metade disso na Era Neoliberal. O processo teve continuidade até atingir 90,4% da população brasileira com mais de 15 anos em 2016.
No último dia de agosto de 2017, a estatística de relacionamentos com clientes do sistema financeiro nacional mostrava 150,2 milhões de CPFs ativos. Considerando também os 8,3 milhões com relacionamentos inativos praticamente abrangia toda a população adulta. CNPJs ativos eram 10,4 milhões e inativos, 4,5 milhões.
Os bancos constituintes do “big five” – Banco do Brasil (35,9 milhões), Bradesco (23,1 milhões), Itaú (21,9 milhões), Caixa (19,2 milhões) e Santander (9,2 milhões) – somam 109,5 milhões de correntistas que escolhem, corretamente, “grandes bancos demais para falir”. São quase ¾ do total de clientes do sistema financeiro nacional. Mas considerando a quantidade de clientes registrados no SCR – Sistema de Informações de Crédito do Banco Central os números e percentuais por banco diferem, pois do total de 126,4 milhões, em março de 2017, Bradesco tinha 22%, Itaú 20%, Caixa 12%, BB 9% e Santander 8%. Têm um Market-share próximo daquele dos correntistas: 71%.
O acesso digital via Internet Banking (IB) e Mobile Banking (MB) barateou muito essa “bancarização”. Estima-se que o custo por transação em agência sai por US$ 1,07, em telemarketing, US$ 0,54, em ATM, US$ 0,27, e em Internet Banking US$ 0,10. De 2009 a 2013, caiu de R$ 0,32 a R$ 0,23 cada transação em geral, ou seja, cerca de 25%…”
(Trecho de artigo de Fernando Nogueira da Costa – Professor Titular do IE-UNICAMP.)