Trecho de artigo de Erika Nakamura, originalmente publicado no blog E-Boca Livre.
“… Só hipoteticamente se come qualquer coisa. Certamente você não comeria um patê de barata passado na torrada. Ai intervém a cultura dizendo: não coma! No entanto, você come fragmentos de barata, de formigas, de aranhas, pêlo de rato etc, no seu molho de tomate industrializado. A legislação para molho, extrato e catchup permite “um fragmento de pêlo de roedor a cada 100 g, dez fragmentos de insetos a cada 100 g” e assim por diante, numa infinidade de produtos. Não, não irá lhe matar, mas certamente se você soubesse a cada garfada iria se encher de nojo – vomitar, desmaiar, sofrer calafrios, arrepios, etc. O nojo exige a identificação do que o provoca, pois não há nojo em abstrato. Ele precisa se materializar.
Muitas vezes, “disfarçar” o conteúdo de um alimento tem sido estratégia de saúde. Por exemplo, a inclusão de pulmão bovino em produtos de merenda escolar para aumentar o consumo de ferro e combater a desnutrição infantil. Ninguém sabe, mas ele está lá, fazendo “o bem”. Esse o discurso nutricionista….”