Clube do Bolinha versus Clube da Luluzinha, por Weluilson Silva

Homens quando se juntam, só devem falar em mulher”. Pensam as esposas, quando veem seus maridos indo ao encontro dos amigos. – “Amor, vou tomar uma cervejinha com a rapaziada” – diz o marido depois de uma semana de trabalho. A esposa sempre desconfia, pois tem medo de perdê-lo para qualquer outra que possa aparecer no caminho. E acabam por declarar uma guerra fria entre eles, como o Clube da Luluzinha versos Clube do Bolinha do desenho animado.

Uma amiga me disse uma vez, que durante uma churrascada na sua casa, o “Clube do Bolinha”, como ela denominou a mesa dos rapazes, estavam reunidos, e as esposas se apossaram de uma mesa separada deles para conversarem sobre “assunto de mulher”. A mesa do “Clube do Bolinha” (como é chamada a reunião dos “machos”), estava muito mais animada; gritaria para um lado e, risadas para o outro. – “Devem está falando sobre alguma mulher” – disse uma das senhoras da mesa do “Clube da Luluzinha”; com certo receio, tamanho desânimo em sua mesa. Para tirar provas, minha amiga disse que colocou seu celular gravando, na mesa em que estavam os maridos.

O “Clube da Luluzinha” ficou observando disfarçadamente, com toda expectativa, esperando descobrir os segredos mais ocultos, que os homens poderiam discutir em uma mesa de amigos. Alguns minutos depois, minha amiga pegou seu celular de volta para ouvir a conversa, e aquele momento seria a hora das esposas descobrirem os segredos dos maridos. A falta de ética vencia a curiosidade e o ciúme das mulheres.

Foram todas para um lugar mais discreto, sem chamar muita atenção, para que pudessem ouvir melhor, tudo que se passava naquela mesa animada. Passado alguns minutos ouvindo a conversa deles, elas pararam o áudio, e com tamanha decepção, tiraram a conclusão de que deviam se juntar aos maridos, pois suas suspeitas haviam falhado. Os assuntos naquela mesa, segundo minha amiga, eram sobre; política, trabalho, carro, futebol; falava-se sobre tudo, menos sobre mulher.

Depois disso, as mulheres sentiram a necessidade de se juntar ao “Clube do Bolinha”; umas para aprender mais sobre as coisas que os homens conversavam e discutir com eles, e outras para que os homens pudessem lembrar-se delas. O “Clube da Luluzinha” havia sido vencida, e se rendeu ao “Clube do Bolinha”. No fim, a guerra dos sexos sempre acaba em bandeira branca.

Aquelas mulheres perceberam que os homens tinham realmente essa necessidade de reuniões semanais ou mensais, para discutirem sobre assuntos variados em seus “clubes”. Quando eu me junto para conversar com os amigos, geralmente começamos por um assunto banal, e concluímos às vezes com assuntos mais intelectuais, como; política, filosofia, atualidade, etc. A filosofia de bar é exatamente isso; discutir assuntos sem nexos criando conexões com a razão.

As esposas, namoradas, e companheiras no geral devem entender que a necessidade do homem de uma conversa entre amigos faz parte da vida. Na mesa do “Clube do Bolinha” colocam-se todo tipo de questão, que podem ir além do que as faculdades ensinam. Nem mesmo o jornal da tarde pode ser tão interessante quanto se reunir com os amigos para discutir sobre economia ou a situação atual do país. O “Clube do Bolinha” é uma necessidade masculina, e todos os machos precisam de um momento como esse para desabafar, e tirar aquela agitação da semana de trabalho.

Mas podem ter certeza, que as mulheres sempre entram nas nossas conversas, porque as amamos mais que qualquer outro assunto.

Weluilson Silva

Publicitário, graduado em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) pela Fanor/Devry, Escritor amador/ Romancista (em processo de publicação). Mestrado Incompleto de Gestão de Marketing pelo Instituto Português de Administração em Marketing (IPAM).

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Publicitário, graduado em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) pela Fanor/Devry, Escritor amador/ Romancista (em processo de publicação). Mestrado Incompleto de Gestão de Marketing pelo Instituto Português de Administração em Marketing (IPAM).