Não devemos dispensar as críticas e sugestões aos governantes! Desse modo, não lhes pouparemos as críticas no momento certo, porque até ajudam a aperfeiçoar as medidas propostas. O que não concordamos é com posicionamentos radicais que, ao invés de apresentar sugestões de aperfeiçoamento, boicotam iniciativas e atacam sem sugerir!
Mesmo nos países em que a monarquia resiste com o apoio popular e parlamentar [Parlamentarismo Monárquico por exemplo], os monarcas não governam e apenas reinam. Assim sendo também não fazem o que querem e o primeiro ministro é quem submete as suas ideias e a do seu povo ao parlamento acerca das medidas a serem implementadas e submetidas ao crivo dos debates.
Aqui não poderia ser diferente, não em termos da necessidade de debates! Mas infelizmente foi bem diferente sim (governo passado) e o nosso “Presidencialismo” deixou o parlamento a ver navios! Não na proposta que foi aprovada, mas na execução e o povo foi junto. Mesmo na monarquia há discussão. Agir diferente é voltar ao absolutismo que acabou. E para exatamente policiar os gastos, Repetimos: O orçamento surgiu para policiar os gastos dos governantes.
Quando sabemos que no governo passado os orçamentos até foram submetidos ao Congresso Nacional, como manda a Lei, mas não foram obedecidos como deveriam. Fato é que o rombo é monumental e próximo de R$ 170 BI para o atual governo arrumar. Portanto, explica-se: A Crise é fiscal e se é fiscal também é interna e problema interno é gerência nossa. Rombos geram dívidas!
Sobrou para o atual governo pagar a conta de um endividamento elevado e que será considerado pelas agências de rating não mais pela dívida líquida, mas pela dívida bruta que alcança 72% do PIB. Tenho destacado em artigos anteriores as minhas preocupações com a possibilidade desse percentual chegar aos 84,9 % em pouco mais de um ano.
A recessão passada (aproximadamente 2 anos) não nos deixa sequer a esperança de pronta redução do percentual que em 2016 já supera setenta por cento do produto interno bruto e ainda a preocupação de que sem pagamento de parcelas e juros vincendos, não se terá diminuição percentual só pela via do aumento do PIB, que já se pronuncia positivo em 1,3% no ano que vem quando sairemos da recessão. Alimentaremos então a esperança de queda da dívida?.
Esperança de redução sim, mas não de modo relevante em que a redução {Em valores significativos} possa viabilizar políticas de afrouxamento fiscal. Por que? Porque os investidores ainda não se aproximaram, e, eles nos depositam confiança e ao contrário nos dão esperanças ao não se afastarem. Sabemos que se afastam de países que não honram suas dívidas. Dívida que cresce é dívida não amortizada.
A Nossa Dívida alcançou R$ 2,9 TRILHÕES em agosto de 2016. Segundo afirmou o Presidente Michel Temer em visita ao Japão: Nós só alcançaremos o estágio do seu controle (absoluto) em 2 a 3 anos. Desse modo só obteremos o grau de investimento recentemente perdido, com a tão desejada redução desse elevado percentual de endividamento, que hoje supera os setenta por cento, mas caminha para os 100% , perigosos não é mesmo?.
O que mais nos assusta é a alienação de alguns que são acometidos do que poderíamos chamar de incompreensão dos fatos e da gravidade dessa situação de comprometimento que afeta a todos. A adoção de políticas voltadas para contenção das despesas não é medida popular e
portanto nenhum governante teria motivos para sua implementação se não tivessem “Urgência”. Temer ainda nem colocou a faixa presidencial!
As despesas a serem contidas serão: As Despesas Primárias e são, portanto, aquelas que não se referem aos juros de empréstimos. Imagine se nossos credores aceitariam cortes dessa espécie pela via do parlamento ou do Decreto? Assim sendo a contenção seria iniciada em 2017 no teto do atual orçamento e acrescida da inflação, fato que obrigará os parlamentares a debater prioridades em função dos redirecionamentos das despesas a serem priorizadas e a serem discutidas quando da vigência desse novo projeto de limitação dos gastos. Não há plano B.
Resta ao atual governo promover um trabalho de conscientização acerca da necessidade das reformas, a exemplo da “Reforma da Previdência”. A Previdência no Brasil, assim como nos demais países é sustentada pelos contribuintes e a situação brasileira é de 9 (nove) contribuintes para 1(hum) aposentado e em pouco tempo essa proporção cairá para dois contribuintes para um aposentado.
Segundo matéria do Jornal Nacional edição de anteontem 17.10.2016 essa proporção “Inviabiliza a Previdência no Brasil” (grifamos). Imagine então o tamanho do problema a ser criado e transferido? Pensou? Pronto! Ninguém se conformaria mesmo. Fica evidente também a urgência dos dois graves problemas. São duas Reformas que estão entrelaçadas.
A PEC 241 e a Reforma da Previdência. Por que mesmo as duas deveriam vir em sequência? Porque o simples contingenciamento das despesas não poderá ser bem sucedido se não fizermos o corte dessa sangria de aposentadorias precoces que se parecem bombas de efeito retardado. Retardo por quem? Por quem não teve a coragem de encarar o problema!
Concluo minha exposição acerca dos ataques direcionados ao Presidente Temer pela abordagem dos problemas financeiros da nação, afirmando que sua disposição para o enfrentamento não merece críticas mas apoio. Concordo com as afirmações de Fernando Henrique Cardoso de que atacar um Governo que ainda nem começou é oportunismo. Temer começou a ser atacado antes de assumir.