A assertividade dos presidentes do Brasil, por Haroldo Araújo

Não se faz governo sem credibilidade interna e externamente. No momento, não há realização de grandes obras como foi com Getúlio e Juscelino. Organizar Finanças é como fazer obras enterradas a exemplo de esgotos sanitários, não têm visibilidade. Estadistas não trabalham para o presente e nem para o abraço, mas trabalham para o futuro. Michel Temer não se elegeu propondo reformas! Prometeu obras ao lado da Dilma. Ao assumir o governo, se disse um reformista! Entretanto parece vacilante de qual será a postura prevalecente em sua biografia.

Michel Temer está num dilema: Ser ou não ser! Com a intervenção no Rio de Janeiro mostrou que quer correr para o abraço. Alimenta a possibilidade de candidatura à Presidente da República ao abandonar a Reforma da Previdência. Parceiros de Michel em 2014, Lula e Dilma que foram considerados governos sociais e de esquerda, não construíram uma base para se considerar sustentável a obra prometida. Essa conversa de tudo pelo social vem dede Sarney.

Qualquer relação de estadistas neste país, certamente não poderá excluir o nome de Getúlio Vargas. Nossa afirmação se funda em suas realizações e nas transformações que sua gestão fez no perfil de nossa economia. Um monumental trabalho e de grande envergadura política mostrou sua garra ao nos trazer a siderurgia, por exemplo. O grande senso de oportunidade de Getúlio ao firmar acordo com os EUA para a construção de usina siderúrgica e suprir os aliados na segunda Guerra Mundial. Uma barganha intercontinental sem paralelo na história.

Evidente que após a guerra ajudaria no nosso desenvolvimento. Outras realizações como a Petrobrás não serão esquecidas pelo nosso povo. Getúlio mais parecia um ditador do que populista, no entanto suas obras ainda hoje são reconhecidas a exemplo do Banco do NORDESTE. Ainda assim, e com toda a sua popularidade (diferente de populista) encontrou um ferrenho opositor: Deputado Federal Carlos Lacerda, dono de jornal Tribuna da Imprensa e que depois elegeu-se Governador do Estado da Guanabara. Homem sério, Getúlio não aceitou as acusações e tirou sua própria vida. Foi um erro tentar agradar a todos e em não aceitar críticas.

Um grande feito de JK: Brasília foi uma obra maravilhosa em que se promoveu a interiorização do Brasil com grandes repercussões econômicas, mas desorganizou as nossas “Finanças”. Outro estadista: Castelo Branco preocupou-se com a moeda e assim criou o Banco Central do Brasil. Sarney extinguiu a conta única BC-BB e também o B.N.H. Fernando Collor foi o primeiro a apontar a necessidade de enfrentar a competitividade externa. Fernando Henrique a organização do sistema financeiro com o Real e as Finanças saneadas. Nenhum deles se propunha a agradar fosse quem fosse! Todos desceram do pedestal do populismo.

Lula em seu primeiro mandato deu continuidade ao que recebeu, mas com a descoberta do escândalo do mensalão, desistiu de trabalhar para o futuro e resolveu trabalhar para o presente. Tanto colheu os frutos que foi capaz de eleger uma sucessora. Sucessora que se obrigava a manter o elevado astral que o carismático criador entendia possuir. Tudo que foi edificado em décadas, foi de água abaixo. Dilma Rousseff para manter o PIB em alta, desobedeceu ao Orçamento Público e desorganizou as Finanças. Ela acabou seu 2º- mandato com Impeachment

Michel Temer não fez essa escolha e nem se elegeu como vice prometendo fazer um governo de “Reformas”, mas a situação a que fomos levados, impensadamente, não lhe dá outra opção. O Brasil precisa organizar suas “Contas Públicas” desorganizadas por impiedoso trabalho de governos populistas. Convenhamos, o momento exige apoio aos ajustes e reformas ao que o atual governante já prometeu sim: Ficar conhecido como Presidente Reformista. Agora hesita em dar continuidade às reformas. Afinal Temer precisa se decidir: É ou não candidato!

Haroldo Araujo

Funcionário público aposentado.

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